Passos acredita que economia voltará a ter crédito nos mercados em 2013

Regresso do Estado e de grandes empresas ao mercado da dívida abrem boas perspectivas, defende o primeiro-ministro.

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Rui Gaudêncio
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Pedro Passos Coelho falava na abertura do debate quinzenal, discorrendo sobre o estado em que o Governo encontrou o país, sobre o que tem sido a estratégia durante o período de ajustamento e o que deve fazer neste momento: preparar o período pós-troika.

O líder do Governo considera que o regresso do Estado aos mercados, há duas semanas, “com inegável sucesso” está também a começar a ser seguido pelas grandes empresas. Primeiro foi a banca – BES e Caixa Geral de Depósitos – e depois foi a EDP, a primeira empresa não financeira que conseguiu um empréstimo a cinco anos.

“O tesouro português já teve acesso ao mercado com inegável sucesso há duas semanas e acredito que dentro de algum tempo, por via das instituições, possamos ter uma facilitação de crédito a toda a economia”, prevê Passos Coelho.

“As PME acedem a financiamento através da banca. A novidade foi quando as grandes empresas deixaram de ter acesso aos investimentos. Mas agora muitas empresas portuguesas já voltaram a começar a ter acesso a mercados de investimento”, insistiu.

O actual momento é “a pedra-de-toque” para Passos, que avisa que o país enfrenta “um desafio não menor do que foi cumprido até aqui”. “Precisamos de nos manter firmes”, vincou, porque ainda serão precisos “sacrifícios”.

O primeiro-ministro manteve ainda o silêncio sobre um eventual corte de quatro mil milhóes de euros nas funções do Estado, ao não responder aos apelos do secretário-geral do PS sobre o plano de corte na administração pública.

No debate parlamentar, António José Seguro desafiou Pedro Passos Coelho a especificar “quais os cortes e onde os vai fazer”: “Não entregue à troika o seu plano sem antes o apresentar aos portugueses.” O socialista insistiu na ronda seguinte, depois de Passos Coelho ter ignorado essa pergunta. “O senhor fez algum estudo sobre o impacto na economia e quais serão as consequências sociais que daí vão decorrer?”, perguntou.

O primeiro-ministro optou por utilizar o tempo a responder às questões de Seguro sobre energia e sobre o papel do BCE no sucesso do regresso aos mercados de Portugal. Depois da intervenção inicial do chefe do executivo, Seguro lembrou que o “o regresso aos mercados tem muito a ver com o papel mais activo do BCE”. Passos respondeu: “[O que] se passou com o BCE tem pouco ou nada a ver com as suas pretensões.”


 
 
 
 
 

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