A segunda tomada de posse de Obama é tão histórica como a primeira
Milhares de pessoas assistiram ao juramento do Presidente dos Estados Unidos.
Toda a gente sabe que a tomada de posse do primeiro Presidente afro-americano, há quatro anos, foi histórica – a maior multidão que Washington alguma vez vira estendeu-se por três quilómetros. Mas por que é que as pessoas vieram de longe ou conduziram durante horas para ver Obama ser reconduzido?
“Há quatro anos, não pudemos vir”, diz Mark Winters, de 35 anos, de Chicago. “Ele estava na universidade”, diz a mulher, Jessica, de 34. “E ela estava grávida”, explica o marido. “Nós tínhamos uma criança pequena. Agora temos mais crianças, mas encontrámos quem tomasse conta delas.”
“A eleição de há quatro anos foi comovente”, diz Mark, “mas o facto de termos reeleito um afro-americano é algo muito forte, especialmente tendo em conta quão dividido está o país”.
Ou seja, a segunda vez é tão histórica como a primeira: há quatro anos, Obama ganhou as eleições unindo o país; agora ele foi reeleito apesar das divisões políticas. “Repare em quanta oposição ele teve de enfrentar”, nota Mark Winters. “E o facto de, mesmo assim, estarmos aqui hoje, é espantoso. Não podia estar mais grato, mas uma parte de mim ainda não consegue acreditar.”
E o frio? As horas de espera? O aperto? “Estar aqui é fácil. A campanha é que foi dura”, resume June Maria Ings, de Orlando, Florida. Estar aqui é a última oportunidade para celebrar a vitória de Obama – a prova disso é que todos os republicanos deixaram a cidade e estão reunidos em Williamsburg, na Virgínia, para discutir estratégias para os próximos anos.
“Tenho 63 anos e é a primeira vez que venho a uma tomada de posse presidencial. Sinto-me privilegiado por estar aqui”, diz Kenneth Williams, que veio do Texas. “Este é um momento memorável. Ele é o primeiro Presidente negro a ser reeleito.”
“As gerações anteriores não chegaram a ver isto”, diz Lashawn Cooper, de 42 anos, da Carolina do Norte. E, como ela nota, pode não voltar a acontecer enquanto for viva.