Mau tempo: ministra garante apoio até 75% para produções agrícolas destruídas
Os agricultores podem recorrer ao PRODER, uma medida que “tem um grau de comparticipação mais elevado do que é normal – 75%”, explicou Assunção Cristas, sublinhando que estes fundos agrícolas europeus visam “dar apoio à agricultura para reposição da capacidade reprodutiva”.
A ministra esteve na Póvoa de Varzim e visitou uma das explorações agrícolas que, durante o fim-de-semana, foram fustigada pelo mau tempo.
O proprietário da produção ficou com as suas estufas “destruídas quase na totalidade”, o que representa um investimento de cerca “60 mil euros”, explicou aos jornalistas.
Além de os “plásticos e de as estruturas terem sido arrasados pelo vento”, também "ficou comprometida a produção que ia sair agora para os mercados, assim como o que iria ser plantando nos meses de Verão”, explicou ainda Miguel Junqueira, que sem os apoios prometidos terá de “abandonar” o negócio.
Já o presidente da Horpozim, a associação que representa os horticultores da Póvoa de Varzim, espera que "a simpatia da ministra se traduza em actos" e que “os apoios cheguem rapidamente”.
Carlos Alberto Lino apela ao Governo para que “se deixe de burocracias" e que o levantamento dos estragos seja feito de “forma célere, porque está em causa a sobrevivência de milhares de famílias” que dependem destas duas mil explorações que, quase na sua totalidade, foram afectadas.
O também horticultor defende ainda que, além do PRODER, seja concedida uma linha de crédito para os restantes 25% que não são comparticipados “com juros baixos e por tempo indeterminado”.
É que há muitos produtores que “não vão conseguir suportar essa fatia de prejuízos, porque muitos deles ainda estão a pagar investimentos” feitos ao longo dos últimos anos, frisou Carlos Lino.
A ministra acredita que até ao final desta semana os técnicos da Direcção Regional de Agricultura do Norte possam ter dados concretos acerca dos prejuízos causados pelo mau tempo em todas as explorações desta zona.
Só depois de se fazer esta avaliação é que se poderá partir “para a reabilitação das estufas”, sendo que a principal preocupação do Governo é que este processo se desenrole o mais rápido possível”, conclui Assunção Cristas.