PSD acusa PS de se mostrar "esfomeado pelo poder"

PCP pede clarificação das palavras de Carlos Zorrinho, depois de líder parlamentar ter dito que PS está preparado para governar.

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Luís Menezes Nuno Ferreira Santos

“O fim do seu discurso mostra a verdadeira face daquilo para que o PS tem trabalhado, mostra a ganância, mostra o PS esfomeado pelo poder a pedir eleições no fim do ano de 2012. É um PS esfomeado pelo poder aquele que vimos”, afirmou Luís Menezes no Parlamento.

Luís Menezes intervinha no debate parlamentar, num pedido de esclarecimento ao líder da bancada do socialista, Carlos Zorrinho, que afirmara que o PS está preparado para um “novo ciclo de governação”.

Segundo o deputado socialista, o novo ciclo de governação iniciar-se-á “em 2015 ou mais cedo se os portugueses assim o entenderem”, admitindo assim um cenário de eleições antecipadas.

Na bancada do CDS-PP, o deputado Hélder Amaral ironizou que “começou a faltar coragem ao PS”, afirmando que “era expectável que dissesse `vamos a eleições´” em consequência das críticas que fez ao Governo.

“Encontramos um PS que já não consegue esconder a vergonha do passado e com medo do futuro. Era expectável que dissesse vamos a eleições, mas não, disse que `estamos em aquecimento´. Aquilo que era uma marca do PS, a coragem, começou a faltar”, disse.

Num pedido de esclarecimento, a deputada do PEV Heloísa Apolónia defendeu que as críticas do PS ao Governo “tem de ter uma consequência lógica que é dizer `chega´” e desafiou o líder parlamentar do PS a dizer se quer ou não eleições antecipadas.

Perante a ausência de resposta a esta questão, o líder parlamentar do PCP, Bernardino Soares, instou Carlos Zorrinho a clarificar a sua posição, frisando que o PCP já pediu a demissão o Governo.

“E o que quer o PS ? Eu pergunto se o PS nos acompanha nessa reivindicação”, questionou.

Na resposta, o líder parlamentar socialista disse que o PS está preparado para “governar amanhã se necessário for”, mas, tal como na declaração política que fez no debate, condicionou essa eventualidade à vontade do povo português.

“Estamos preparados para governar amanhã se necessário for, mas existe em democracia um soberano, é o povo. E é o povo que decide quando deve haver eleições e a quem atribui o mandato”, respondeu.

No período de declarações políticas, no último debate parlamentar de 2012, a mensagem de Natal do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho foi criticada pela oposição, com ao deputada do BE Cecília Honório a afirmar que Passos Coelho quis “sacudir a água do capote das responsabilidades do Governo em relação à situação dramática em que os portugueses vivem”.

Perante as críticas, o deputado do PSD Nuno Encarnação acusou a oposição de “querer amordaçar o primeiro-ministro”, afirmando que o que o primeiro-ministro e o PSD querem é “dar uma mensagem de esperança ao país que tanto precisa”.