Já se sabia que o ANC estava dividido em dois campos, mas ainda não era certo que haveria um confronto entre ambos no congresso do partido que se inicia no domingo em Mangaung, no centro da África do Sul.

O porta-voz de Motlanthe explicou esta quinta-feira que o político se decidiu depois de ser nomeado por concelhias do partido: “Ele sempre disse que as concelhias têm de ter a oportunidade de expressar a sua vontade”, afirmou Thabo Masebe, porta-voz e principal colaborador do vice de Zuma.  

Zuma reúne mais nomeações e tem apoio maioritário em seis das nove províncias do país. Ninguém admite que possa sair derrotado da conferência que vai definir a linha do partido para os próximos cinco anos, mesmo que seja cada vez mais impopular e que tenha visto a sua liderança crescentemente questionada.

Para além de uma série de escândalos de corrupção e clientelismo, a liderança de Zuma saiu enfraquecida dos conflitos sociais nas minas, que entre Agosto e Outubro fizeram quase 60 mortos, num país onde um quarto da população passa fome.

Zuma foi eleito para a chefia do grande partido sul-africano na última conferência, em 2007, depois de uma violenta batalha com o então Presidente Thabo Mbeki. Se for reeleito em Mangaung tem o caminho aberto para se recandidatar à chefia do país em 2014 ou, pelo menos, para designar o seu sucessor.