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Islamistas manifestam apoio a Morsi nas ruas do Cairo

A manifestação foi convocada pela Irmandade Muçulmana, mas não vai passar pela Praça Tahrir, para evitar confrontos com a oposição.

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A Irmandade Muçulmana considera que as recentes medidas de Morsi visam "salvar a revolução" Amr Abdallah Dalsh/Reuters

Os apoiantes de Morsi – na sua maioria membros da Irmandade Muçulmana e de grupos salafistas – estão reunidos em frente à Universidade do Cairo, vigiados pela polícia anti-motim.

Entre os cartazes empunhados pelos manifestantes lêem-se frases como "Os irmãos muçulmanos apoiam as decisões do Presidente Morsi" e "Juntos para salvar a revolução".<_o3a_p>

As manifestações deste sábado, marcadas pela Irmandade Muçulmana – que decidiu não reunir os seus apoiantes na Praça Tahrir, para evitar confrontos com os opositores –, reflectem a divisão da sociedade egípcia após a aprovação de um decreto que deu ao Presidente Morsi poderes sem precedentes na história moderna do Egipto. O documento, aprovado no dia 22 de Novembro, impossibilita a dissolução da Assembleia Constituinte até à entrada em vigor da nova Constituição e impede os tribunais de revogarem qualquer ordem presidencial.<_o3a_p>

Numa comunicação ao país na noite de quinta-feira, Mohamed Morsi reafirmou que o polémico decreto será revogado assim que a Constituição entrar em vigor e disse que o seu objectivo é "salvar a revolução". Os opositores acusam Morsi de preparar o caminho para um regime ditatorial – um dos rostos da oposição, Mohamed ElBaradei, chamou ao Presidente "o novo faraó".<_o3a_p>

Para tentar acalmar a tensão na sociedade egípcia, a Assembleia Constituinte, formada na sua maioria por deputados da Irmandade Muçulmana, aprovou na sexta-feira de manhã o rascunho final da nova Constituição, que será entregue ainda este sábado a Morsi. O Presidente deverá ratificar o documento este fim-de-semana e marcar um referendo para os próximos 15 dias.

Os trabalhos de preparação da futura Lei Fundamental do país deveriam decorrer até ao início de 2013, mas foram antecipados devido à contestação ao polémico decreto aprovado por Morsi, que levou milhares de pessoas para as ruas e motivou o regresso dos acampamentos à Praça Tahrir, com imagens a fazer lembrar os dias que levaram à queda do regime de Mubarak, em Fevereiro de 2011.<_o3a_p>

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