O Sp. Braga virou a versão B do FC Porto de pernas para o ar

Os bracarenses aproveitaram a menor rodagem das peças suplentes dos "dragões" e garantiram um lugar nos quartos-de-final da Taça de Portugal.

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Éder colocou os minhotos nos "quartos" Francisco Leong/AFP

O FC Porto que subiu ao relvado do Estádio Axa teve muito menos a ver com o FC Porto versão campeonato do que o Sp. Braga, que se limitou a introduzir duas alterações face ao último jogo: Quim na baliza e Ruben Amorim no lado esquerdo do tridente ofensivo. Vítor Pereira puxou dos galões, na esperança de capitalizar o momento de confiança que a equipa atravessa (e de poupar recursos para o jogo com o PSG), e aventurou-se com sete alterações. As excepções foram Otamendi, Mangala, Fernando e James, os “resistentes” de serviço.

Os primeiros minutos deram a entender que ninguém estava disposto a arriscar em demasia e que a prioridade era equilibrar as operações no centro do terreno. O 4-3-3 dos “dragões” e o 4-2-3-1 dos minhotos eram difíceis de descortinar num meio-campo ultrapovoado e o pouco espaço que sobrava estava a ser mal aproveitado por Miguel Lopes, chamado a substituir Danilo no corredor direito.

Seria, porém, o internacional português um dos protagonistas do golo inaugural, ao ganhar uma falta à entrada da área bracarense. James foi chamado a bater o livre e a bola foi direitinha à cabeça de Mangala, que aproveitou a passividade dos centrais para fazer um desvio para o poste direito. A primeira acção de Quim no jogo foi resgatar a bola do fundo da baliza.

O FC Porto, mesmo com muitas peças suplentes, tinha todos os motivos para manter os níveis de segurança que exibira até aí. Era o adversário que precisava de tomar as rédeas do jogo, o que implicava que teria de correr mais riscos. Mas o Sp. Braga não se precipitou, foi circulando a bola e conseguiu o primeiro remate aos 23’, quando Ruben Amorim fugiu pela esquerda, entrou na área e tirou Otamendi do caminho. A bola saiu fraca e à figura.

Éder, a coqueluche do ataque bracarense, bem tentava desgastar os centrais do FC Porto, mas raramente tinha a bola nos pés. A excepção surgiu aos 36’, graças a um passe vertical de Hugo Viana que o goleador não conseguiu aproveitar, quando praticamente se isolava (adiantou demasiado a bola e o perigo esfumou-se).

Os “dragões” geriam o jogo com calculismo e, a partir do banco, Vítor Pereira geria o desgaste da equipa. Aos 59’, Miguel Lopes deu lugar a Danilo e Lucho rendeu Fernando, o que obrigou Defour a recuar para a posição seis. José Peseiro respondeu com uma troca de Rubens, Amorim por Micael, um minuto depois.

Mas seria outro médio, Custódio, a colocar a bola na baliza de Fabiano, aos 66’, com um remate de fora da área para a baliza deserta. O guarda-redes estava no chão depois de um choque com um adversário e Olegário Benquerença invalidou o lance, perante os protestos de Mossoró e companhia. Na vez seguinte em que o brasileiro sobressaiu no jogo, Castro foi expulso, por acumulação de amarelos.

Era altura de o FC Porto sofrer. Livre a favor da equipa da casa depois de uma falta de Lucho, bola colocada por Hugo Viana ao segundo poste e, na ausência de um avançado, foi Danilo quem empurrou para a própria baliza, aos 74’. Os “dragões” tremeram e o Sp. Braga empolgou-se. Aos 80’, a bola rolou pela direita até ser cruzada para a área. Èder, mais rápido que a própria sombra, reagiu com eficácia e fez o 2-1.

De imediato, saiu Atsu e entrou Moutinho já numa altura em que o FC Porto tinha perdido a batalha do meio-campo. E o internacionall português já não foi a tempo de reequilibrar as operações.

O Sp. Braga, que tinha sido afastado das provas europeias e tinha deixado fugir o FC Porto e o Benfica no comando da Liga, dava assim alguma cor a um Novembro que se perspectivava negro.

POSITIVO

Segunda parte do Sp. Braga

Com o FC Porto em vantagem, os bracarenses estavam obrigados a reagir. E acabaram por ser a única equipa a fazer pela vida no segundo tempo. Éder, desinspirado nos primeiros 45 minutos, só precisou de uma fracção de segundos para resolver a eliminatória a favor da equipa da casa, que na semana passada tinha perdido com o mesmo FC Porto para o campeonato.

NEGATIVO

Miguel Lopes e Danilo

Não foi por acaso que o Sporting de Braga criou a maioria de lances de perigo pelo lado direito da defesa portista. Miguel Lopes foi sempre demasiado trapalhão, Danilo seguiu-lhe as pisadas, com um autogolo que ressuscitou o adversário.

Olegário Benquerença

Distribuir cartões amarelos parece mais defeito do que feitio.     

FICHA DE jOGO

Sp. Braga, 2

FC Porto, 1

Jogo no Estádio no Estádio Axa, em Braga.
Assistência 9070 espectadores

Sp. Braga Quim; Salino, Nuno A. Coelho, Douglão, Ismaily; Custódio, Hugo Viana, Mossoró (Paulo César, 87’); Ruben Amorim (Rúben Micael, 61’), Alan e Éder. Treinador José Peseiro.?

FC Porto Fabiano; Miguel Lopes (Danilo, 59’), Otamendi, Abdoulaye, Mangala; Fernando (Lucho, 59’), Castro, Defour; Atsu (João Moutinho 81’), James e Kléber. Treinador Vítor Pereira.?

Árbitro Olegário Benquerença (Leiria)  Amarelos Castro 18' e 72', Otamendi 64', Custódio 65', Mossoró 67’, Lucho, 74', Rúben Micael, 76', Kléber 85' Vermelhos Castro 72'

 
 

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