Jerónimo exige demissão do Governo e eleições antecipadas
Secretário-geral do PCP diz que o país não está condenado a um quadro de alternância política entre PS, PSD e CDS. E pede reforço dos comunistas nas próximas eleições.
Na intervenção de abertura do congresso comunista, a decorrer até domingo no Complexo Desportivo Municipal Cidade de Almada, em Almada, o secretário-geral do PCP expôs a proposta política do partido e definiu “seis direcções essenciais”.
Jerónimo de Sousa defendeu a rejeição do “pacto de agressão”, como qualifica o memorando da troika, e a consequente renegociação da dívida, a valorização do emprego e da produção nacional, a alteração radical da política fiscal, a garantia das funções sociais do Estado, a recuperação do Estado no comando da economia e a libertação do país das imposições externas como alicerces fundamentais da actuação dos comunistas.
Num discurso de 17 páginas – Jerónimo de Sousa falou durante quase uma hora e meia –, o secretário-geral do PCP desde 2004 sintetizou a proposta política em três ideias fundamentais, mas argumentou que a demissão do Governo e a realização de eleições antecipadas são o motor para uma “política alternativa”.
“Uma política ao serviço do povo e do país que exige desde logo a derrota definitiva deste Governo e sua demissão”, disse. Mas acrescentou que dessa ruptura terá que resultar forçosamente uma nova política, até porque o país “não está condenado ao ciclo vicioso do rotativismo de alternância e não se limita nem se esgota no actual quadro partidário e, muito menos, se confina aos partidos da troika”.
Estava assim dado o passo que permitiria a Jerónimo argumentar que a “construção de uma verdadeira alternativa patriótica e de esquerda” terá de passar pelo reforço eleitoral do partido. “A alternativa é possível e surgirá do reforço do PCP com a ampliação decisiva da sua influência política, social e eleitoral”, afirmou.
Jerónimo sustentou ainda que a demissão do Governo e a realização de eleições antecipadas são, no quadro actual, “a saída legítima e necessária” para inverter o rumo de “desastre” do país.
Já quase no final da sua intervenção, o secretário-geral, que será reeleito neste domingo, avisou que não contam com o PCP os que pretendem fazer da Constituição “um texto sem valor” ou “rasgá-la definitivamente”. A Constituição, disse, consagra um projecto que corresponde "nos seus traços essenciais aos objectivos da luta" comunista.
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