Prédio em risco de ruir em Vila Franca de Xira vai ser demolido

O lote 2, que está desabitado e fechado a cadeado por questões de segurança, “descolou” dos restantes dois blocos e está inclinado para a frente vários centímetros, pressionado pelo movimento das terras da encosta. Segundo o relatório do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), corre o risco de ruir e de provocar “a instabilização” do lote 1 e “danos no lote 3”, praticamente todo habitado.

“A Bolsimo (um fundo de investimento) vai realizar a demolição controlada do lote 2, que trará efeitos positivos no lote 1", onde habitam as nove famílias que a câmara pretendia despejar, explicou a autarca. O despejo estava previsto para o início da manhã desta sexta-feira, mas acabou por não avançar. 

Alguns moradores que estavam na rua colocaram uma corrente e um cadeado na porta de entrada do lote onde residem cerca das 10h para impedir o despejo. Meia hora depois, os técnicos da autarquia, assim como os funcionários da empresa de mudanças, desmobilizaram do local. A presidente da câmara deverá prestar esclarecimentos às 12h30.

A Bolsimo confirmou que é sua intenção proceder à demolição controlada do lote 2, que ameaça os outros dois lotes, mas salientou que ainda não está tomada uma decisão final.

“No que respeita ao lote 2, o último relatório do LNEC é elucidativo sobre as causas da situação, mas não conclusivo quanto ao tipo de medidas a tomar”, esclareceu a empresa, numa resposta escrita enviada à Lusa.

O relatório do organismo público propõe duas alternativas: ou a demolição controlada do lote ou obras nas fundações.

“A situação está a ser analisada por entidades competentes para que a decisão da Bolsimo seja devidamente ponderada e tomada em conjunto com aquilo que a câmara de Vila Franca de Xira vier também a concluir e a decidir”, referiu a empresa.

O executivo camarário deliberou proceder ao despejo dos moradores do lote 1 por estar em causa “a segurança de pessoas e bens”, segundo o último relatório do LNEC, conhecido na segunda-feira. O documento alerta para o agravamento da instabilidade do prédio e do talude que continua a fazer pressão sobre o lote 2, que está inclinado para a frente.

Os lotes 1,2 e 3 fazem parte de um conjunto de três blocos, de seis andares cada, construídos há mais de 15 anos na rua de Quinta de Santo Amaro, na zona da encosta do Monte Gordo.

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