Paula Teixeira da Cruz: "É preciso dar esperança aos portugueses"
Numa intervenção de cerca de dez minutos e repleta de recados, Paula Teixeira da Cruz deixou um apelo claro: “É preciso dar esperança aos portugueses”. E falou na necessidade de se criar mais valor, um país “mais coeso”, com “uma democracia mais sólida e participada”. Até porque, justificou, é preciso acreditar que “os sacrifícios permitirão ter um país melhor”.
Segundo a ministra da Justiça, não há melhor forma de dar esperança aos portugueses do que dizer aquilo que já foi feito em cada ministério. Teixeira da Cruz referiu mudanças estratégicas na área da Justiça, mas lembrou que as reformas não têm efeitos imediatos.
A governante sublinhou logo de seguida que “os políticos têm que ser o exemplo, têm que ser absolutamente o exemplo”. E respondeu porquê: “Senão perdem legitimidade”. Ainda nesse contexto, acrescentou que é necessário “dignificar” a classe política e “fazer política de forma diferente da convencional”.
"Se nós não formos referências, dificilmente os portugueses aceitarão sacrifícios. A classe política tem de ser exemplar, se não for perdemos legitimidade. Nessa medida, todos e cada um de nós, no seu local, tem de ser essa referência", defendeu Paula Teixeira da Cruz.
Combate à corrupçãoA ministra da Justiça frisou que tem “uma linha muito clara” de combate ao crime económico e à corrupção. E reafirmou que a aposta do seu ministério continua a ser o fim de “uma lógica cultural de impunidade”.
Do painel de Teixeira da Cruz, fizeram parte os ministros Miguel Macedo, Miguel Relvas e José Pedro Aguiar-Branco, acompanhados dos líderes parlamentares do PSD e do CDS, respectivamente Luís Montenegro e Nuno Magalhães.
Aguiar-Branco, ministro da Defesa, sublinhou uma “medida histórica” do seu ministério, referindo-se à escolha da localização do futuro hospital das Forças Armadas, uma decisão que se arrastava há 36 anos. Esclareceu ainda que o orçamento da Defesa para o próximo ano prevê um corte de 1,9% em relação ao ano anterior e não um aumento de verba.
Já Miguel Macedo, ministro da Administração Interna, optou por fazer um balanço da actividade do seu ministério e, entre várias medidas, elogiou os números da criminalidade no país e destacou que será feito o "reposicionamento de todos os elementos da GNR e da PSP no sistema remuneratório", o que significa "aumentar o suplemento de segurança de 18 para 20 por cento e significa aumentar o subsídio de fardamento de 200 para 300 euros" no próximo ano.
"Apesar da situação de evidente crise social, os números da criminalidade estão dentro daquilo que tem acontecido nos últimos anos em Portugal, de resto, até com uma ligeira baixa", elogiou ainda o ministro da Administração Interna.
Mas deixou também uma garantia: “Nós não podemos e não vamos deixar de ser um país seguro.”