Recuo no investimento penaliza queda do PIB
O drástico recuo da procura interna regista-se desde o início da aplicação do programa da troika, mas entre Março e Junho agravou-se (tinha sido de 6,4% homólogos no primeiro trimestre), com o investimento a recuar 18,7% em termos homólogos, face a 12,8% no primeiro trimestre.
O consumo privado contraiu-se também substancialmente (5,9% homólogos), após um recuo de 5,6% no primeiro trimestre. Esta queda está a afectar mais a compra de bens duradouros (-22,3%) e menos o consumo corrente (-4,2%). O recuo do consumo público não foi tão forte, ficando-se pelos 3,9% homólogos (face a -1,8% de Janeiro a Março).
Esta acentuada queda do consumo permitiu que o recuo das importações compensasse o abrandamento das exportações, levando a uma melhoria da procura externa líquida (exportações menos importações) que evitou um recuo ainda maior do produto interno bruto (PIB).
As exportações, cuja tendência desaceleração já não é nova, subiram 4,3% homólogos no segundo trimestre, quando nos primeiros três meses do ano tinham subido 7,9%. No entanto, as importações caíram 9,1% também homólogos (face a -3,8% no primeiro trimestre), o que permitiu que a variação homóloga da procura externa líquida subisse de 4,1% de Janeiro a Março para 4,7% de Abril a Junho.
Esta melhoria da balança externa não significa que a balança comercial portuguesa se tenha tornado positiva, mas apenas que tem vindo a ser bastante menos negativa desde o início do programa da troika.