João Teixeira Lopes apoia liderança “a dois” e diz que modelo é “claramente maioritário” no partido
“Sou plenamente favorável a esta solução por várias razões, acho que é uma solução que desafia as formas mais convencionais da política e que pode servir como exemplo para os restantes partidos, em particular para a esquerda, acho que é uma solução que respeita vários equilíbrios e dá um sinal para a sociedade”, afirmou à agência Lusa Teixeira Lopes, ex-deputado e membro da comissão política do BE.
O dirigente bloquista, que integra o núcleo dos independentes do partido, enalteceu o facto de João Semedo e Catarina Martins se conhecerem bem e “trabalharem juntos no Parlamento”, considerando que “estão bem preparados para assumir essa função”.
“Nem o João, nem a Catarina pertencem a qualquer corrente fundadora do BE, esse é um sinal de que o partido se vai transformando, todas as sensibilidades do BE são positivas mas hoje convivem com militantes que não estão ligados a nenhuma, aliás, a maior parte dos militantes não estão ligados a nenhuma”, notou.
Confrontado com as divergências manifestadas por vários bloquistas da Política XXI/Manifesto, o ex-deputado disse que, “tirando o Daniel Oliveira, que está numa rota de se desligar do partido”, está convencido de que “as outras pessoas vão chegar a um consenso com uma opinião que seja maioritária”.
“É natural que outros tenham posições diferentes, mas esta é claramente maioritária dentro do partido e creio que vai ser esmagadoramente apoiada (...) Acho que no final vamos chegar a um consenso, a Catarina e o João têm uma grande vantagem, equilíbrio geracional, de paridade, correspondem ao sentido do partido quando nenhum deles faz parte de nenhuma corrente”, reforçou.
Já sobre a “fragilidade” apontada por vários bloquistas ao modelo de liderança defendido por Louçã, João Teixeira Lopes respondeu: “Acho que essa é uma falsa questão”.
“A fulanização excessiva da vida política portuguesa é nefasta, uma decisão política que tenha mais protagonistas é uma solução sólida, forte, de solidariedade”, defendeu.
Questionado se a proposta de sucessão feita por Louçã não vai condicionar a escolha do partido, o dirigente bloquista considerou que “isso é partir do pressuposto que os militantes são marionetas tontas e o que o Francisco diz é lei”.
“Ele não tem o poder e a influência que têm noutros partidos o presidente ou o secretário-geral, seria uma demissão da parte dele abdicar de dar a sua opinião, é um militante destacadíssimo do BE, mas porque é que não há de dar a sua opinião?”, interrogou.