O mais pequeno planeta extra-solar será uma bola de fogo

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Ilustração do novo planeta, que pode ser uma bola de fogo devido à proximidade da sua estrela NASA

Os planetas extra-solares orbitam outras estrelas que não o Sol. O primeiro foi descoberto em 1995, por uma equipa suíça, e desde então o número de planetas extra-solares detectados já anda perto dos 800. Inicialmente, os instrumentos só conseguiam detectar grandes monstros gasosos, como os “nossos” Júpiter e Neptuno. Mais tarde, encontraram-se planetas rochosos como a Terra, e cada vez mais o seu tamanho se aproxima do da Terra. Até agora, refere um comunicado de imprensa da agência espacial norte-americana NASA, somente se encontraram “uma mão cheia” de planetas mais pequenos do que o nosso.

Este, cuja descoberta foi anunciada nesta quarta-feira, foi apanhado por um telescópio espacial da NASA. Kevin Stevenson, da Universidade da Florida Central, nos EUA, e a sua equipa estavam a estudar um outro planeta que, além de gigante e gasoso como Neptuno também é quente por se encontrar muito perto da estrela, a GJ 436, quando se depararem com indícios de outra presença nesse sistema solar. A desconfiança de que havia outro planeta em órbita da GJ 436 deveu-se à detecção de uma pequena diminuição do brilho da luz da estrela. Ao olhar para os dados já recolhidos pelo telescópio Spitzer, guardados em arquivo, a equipa verificou que essa diminuição de luz era periódica. Alguma coisa andava mesmo em redor da estrela.

Os cientistas vasculharam ainda centenas de horas de observações não só do Spitzer, mas de sondas e telescópios em terra, e lá estavam as provas do planeta.

Tem um diâmetro de 8400 quilómetros – ou seja, dois terços do tamanho da Terra –, o que o torna o mais pequeno alguma vez descoberto, sublinha um comunicado da Universidade da Florida Central.

Mas ainda não é uma autêntica Terra que os cientistas tanto têm procurado, que, além de rochosa, estaria situada a uma distância da estrela que possibilitaria temperaturas propícias à existência de água líquida. Está tão próximo da estrela que demora apenas 1,4 dias a orbitá-la. Portanto, um ano neste planeta resume-se a 1,4 dias.

Tanta proximidade torna-o também abrasador, com as temperaturas à superfície a atingirem 600 graus Celsius, e por isso qualquer atmosfera que possa ter tido já se evaporou. Para Joseph Harrington, outro autor do trabalho, a publicar esta quinta-feira na revista The Astrophysical Journal, a superfície pode apresentar-se derretida. “O planeta pode até estar coberto de magma.”

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