Ex-secretário de Estado considera “crime contra o Norte” não abrir novo centro de reabilitação

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O futuro centro tem capacidade de 100 camas para internamento Foto: Adriano Miranda

No final de uma visita às instalações do futuro centro, situado frente à praia de Valadares, Manuel Pizarro evidenciou a importância deste equipamento para “todas as pessoas que na região Norte precisam de tratamentos prolongados de reabilitação em função das mais diferentes doenças: traumatismos em acidente de viação de trabalho ou outros, acidentes como acidentes vasculares cerebrais e outras doenças neurológicas”.

Discordando das recentes declarações do ministro da Saúde, Paulo Macedo, que afirmou que o centro só estaria em condições de abrir quando estiver assegurada a sua “viabilidade” económica e financeira, o deputado respondeu que o novo centro – o único do género na região Norte – “não vai gerar mais doentes, os doentes já existem”. “Este centro cria uma enorme oportunidade para que esses doentes sejam tratados de forma mais humana e de uma forma tecnicamente mais capaz no sentido de serem reabilitados e capazes de serem integrados na sociedade”, justificou Pizarro, que visitou as instalações da nova unidade de saúde que está praticamente concluída, acompanhado de outros deputados.

O ex-secretário de Estado sublinhou que “a diminuição dos custos quer directos do Ministério da Saúde quer indirectos de todo o Estado português é absolutamente manifesto e está, aliás, completamente espelhado no plano de negócios que sustentou não apenas este projectos como a sua aprovação para financiamento com fundos comunitários. “Eu recordo que mais de 80% da despesa de criação deste cento foi sustentada em fundos comunitários depois de uma rigorosa análise também das vantagens económicas da criação deste novo equipamento”.
Plano estratégico

Afirmando que o novo Centro de Reabilitação do Norte tem condições para abrir em Setembro próximo - “seria um crime contra o Norte e um crime contra os cidadãos do Norte não abrir este centro o mais depressa possível” -, Pizarro deixou uma crítica à Administração Regional de Saúde do Norte (ARS) pelo facto de esta entidade ainda não ter aprovado o plano estratégico para o funcionamento do centro que lhe foi entregue, segundo o parlamentar, pela equipa responsável em Setembro de 2011. Para Manuel Pizarro, o silêncio das ARS-Norte “é um muito mau sinal sobre as intenções quanto ao funcionamento deste centro”.

O deputado e presidente da concelhia do PS/Porto estende as críticas a Paulo Macedo. “Não ponho de fora as responsabilidades do senhor ministro que veio dizer e eu achei isso muito estranho que este centro só entraria em funcionamento quando houvesse condições, mas os doentes existem e estão à espera deste centro”, reafirmou.

Com capacidade de 100 camas para internamento, o futuro equipamento, que custou mais de 40 milhões de euros (sendo que 83% são provenientes de financiamento comunitário), “beneficia de tudo o que há de bom nos anteriores centros de reabilitação, como o de Alcoitão ou da Tocha”. “O que é mais impressionante neste espaço é naturalmente o facto de tudo o que há de mais moderno em termos tecnológicos poderá ser colocado ao serviço das pessoas e das famílias”, defendeu Pizarro.

A médica Margarida Cunha foi a responsável pela instalação deste centro, a terceira unidade desta natureza no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e que é apontada como uma unidade de referência a nível da qualidade dos cuidados de reabilitação dos doentes.

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