Caçada do rei Juan Carlos foi paga por magnata hispano-saudita

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Cartaz de campanha posta em marcha em Espanha Foto: Susana Vera/Reuters

Mohamed Eyad Kayali é o homem-forte em Espanha do príncipe saudita Salman Bin Abdulaziz, amigo íntimo do rei Juan Carlos.

Foi Mohamed Eyad Kayali que convidou pessoalmente Juan Carlos a ir caçar para o Botswana e quem pagou as despesas da viagem através da empresa Johan Calitz Hunting Safaris, relata o El Mundo.

A viagem terá sido organizada com grande antecipação e esta não seria sequer a primeira vez que levavam a cabo uma caçada do género.

Kayali tem aproximadamente a mesma idade de Juan Carlos e tem nacionalidade síria mas passou grande parte da vida radicado em Espanha e assessorando a casa real saudita.

Eyad Kayali começou a trabalhar na década de 1970 para a embaixada da Arábia Saudita em Madrid. O seu “faro para os negócios” chamou a atenção do príncipe saudita Salman Bin Abdulaziz, que rapidamente o converteu no seu braço direito em Espanha.

Este magnata tem várias casas luxuosas em Madrid e em Marbella, passando igualmente largas temporadas em Londres e em Riad, onde também possui casas.

Esta caçada tornou-se num escândalo em Espanha depois de ter sido noticiado que o rei caiu e partiu a bacia quando estava no Botswana. Depressa se avolumaram os rumores que indicavam que, numa época de crise e recessão, o rei teria ido a África às expensas do erário público espanhol.

Paralelamente, correu mundo a fotografia de Juan Carlos armado diante de um elefante morto – em rigor, essa a imagem é de 2006 –, contribuindo para intensificar o escândalo.

Na Internet está a circular uma petição para que Juan Carlos abandone o cargo de presidente honorário da filial espanhola do Fundo para a Conservação da Natureza (WWF), cuja direcção decidirá em breve se manterá ou não o rei espanhol nesse cargo.