EDP vai apoiar famílias dos trabalhadores mortos em acidente no Foz Tua
Trata-se de um apoio complementar às indemnizações a que estas famílias têm direito legalmente, segundo explicou hoje, em Carrazeda de Ansiães, o administrador da EDP, Ferreira da Costa, à margem da apresentação do programa de apoio ao empreendedorismo na zona desta barragem.
O administrador explicou que a EDP “não é obrigada” a tomar esta iniciativa por não ser a entidade empregadora. Porém, decidiu fazê-lo por se tratar de um acidente inédito nas oito obras de hidroeléctricas que tem em curso actualmente no país.
“Lamentamos e continuaremos a lamentar para sempre aquilo que lá aconteceu e que não tinha acontecido anteriormente. Temos oito obras em curso, uma situação como esta não nos tinha acontecido e isto não conseguimos reparar”, declarou.
As vítimas eram trabalhadores da Mota-Engil e da Somague, que fazem parte do consórcio construtor, e essas as empresas “já iniciaram o processo” de indemnização “junto das seguradoras” e já foram feitos “adiantamentos” monetários às famílias, segundo disse o mesmo responsável.
A EDP vai agora estudar o que poderá fazer “complementarmente”, depois de ter pedido uma “caracterização” das famílias.
Os apoios que a empresa vier a dar terão em conta as características destas famílias e poderão passar por diversas medidas, de acordo com as necessidades.
Os três trabalhadores morreram soterrados, a 23 de Janeiro, na derrocada de uma formação rochosa no acesso às obras de construção do ponto de encontro do paredão da barragem com a margem esquerda do rio Tua.
As obras neste local estão paradas desde o acidente e continuarão durante mais um mês, segundo adiantou hoje o director do projecto, Freitas da Costa.
De acordo com esse responsável, teve já início a construção de um novo acesso à obra, pela parte superior da encosta, que deverá estar concluído até ao final de Abril, mas, simultaneamente é também necessário estabilizar toda a zona inferior onde se deu o desmoronamento.
Esse director estima que, “em Maio, se possa retomar a normalidade das obras naquela frente”.
Esta alteração implicará uma paragem superior a três meses, um atraso que para o director será possível recuperar ao longo dos cinco anos de construção da barragem.
Já o administrador Ferreira da Costa escusou-se a revelar as conclusões do inquérito que a EDP realizou ao acidente e que, segundo disse, foram entregues, no início de Março, à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT).
Ferreira da Costa explicou que vai aguardar pela conclusão do relatório do inquérito da ACT, que deverá estar prestes a ser concluído, de acordo com a estimativa avançada à Lusa, no início da semana, pela directora do Centro Local do Nordeste desta entidade.“A EDP vai aguardar pela conclusão do relatório da ACT para posteriormente convidar a comunicação social a visitar a obra e apresentar as medidas que vão ser tomadas”, afirmou o administrador.