Número de licenciados a emigrar aumentou 49,5% entre 2009 e 2011
O número de licenciados é reduzido face ao total de trabalhadores que decidiram emigrar, segundo os registos do IEFP, mas sugere que a opção pelo estrangeiro está cada vez mais em cima da mesa dos trabalhadores mais qualificados que se encontram numa situação de desemprego.
Em 2011, a emigração justificou o fim da inscrição de 1893 desempregados licenciados (contra os 1266 registados em 2009), de um total de 22.700 trabalhadores que deixaram de estar inscritos no IEFP porque decidiram aceitar ofertas de trabalho no estrangeiro.
Em declarações à Lusa, o presidente do IEFP, Octávio Oliveira, aconselha porém uma “leitura muito limitada” destes dados, uma vez que representam “apenas e só as anulações de candidatura a emprego realizadas pelos serviços do IEFP na sequência da declaração do próprio”.
Para o responsável, “não é significativo” o aumento da emigração entre os desempregados inscritos que possuem uma habilitação superior nos últimos três anos.
Para Octávio Oliveira, a saída de trabalhadores para o estrangeiro tem sido constante nos últimos anos e resultado de um mercado de trabalho cada vez mais globalizado.
“Mesmo em momentos de crescimento da economia nacional foi significativo o número de anulações por motivo de emigração”, disse.
“A própria emigração tem hoje uma componente de sazonalidade, sendo normal o aproveitamento de excepcionais oportunidades, com remunerações e condições interessantes”, acrescentou.
A divulgação de ofertas de emprego no espaço europeu e a cooperação dos serviços públicos de emprego tem aliás sido uma das prioridades na União Europeia, reforçou.
De acordo com os dados do instituto, a maioria dos desempregados que optam por emigrar têm entre 35 e 54 anos (55,2%) e possuem habilitações escolares ao nível do ensino secundário (24,3%).
Entre os grupos de profissões com mais trabalhadores a emigrar, estão os operários, artífices e trabalhadores similares (20,4% do total), pessoal dos serviços de protecção e segurança (12,3%) e os trabalhadores não qualificados dos serviços e comércio (10,5%).