Plano espacial chinês prepara viagem humana à Lua

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Três taikonautas antes de uma viagem espacial em 2008 Reuters/Stringer (arquivo)

Desde 1972 que um ser humano não caminha no satélite terrestre, o feito foi na altura conduzido pela missão norte-americana Apolo 17. Quase 40 anos depois, e numa altura de perda do poder espacial ocidental, o gigante asiático dá o passo à frente e anuncia o que já se suspeitava.

“A China vai conduzir estudos para o plano preliminar de alunagem humana”, pode-se ler no Livro Branco que determina as actividades espaciais chinesas nos próximos cinco anos. O documento é o terceiro desde 2000, quando o país anunciou, pela primeira vez, os objectivos a médio prazo para o espaço.

O livro descreve várias actividades a realizar na próxima meia década no âmbito da exploração espacial humana e da exploração espacial profunda, e que fazem parte dos passos para uma viagem humana à Lua. O lançamento das naves Shenzhou-9 e Shenzhou-10, que vão treinar o acoplamento automático e com astronautas com a cápsula em órbita Tiangong-1 ou o lançamento de um veículo até à Lua para descer e pesquisar na superfície do satélite, são alguns desses passos.

O documento sublinha ainda que a exploração chinesa está dentro de uma política de paz. “Tem sido uma aspiração comum a toda a humanidade explorar, desenvolver e utilizar o espaço com um propósito pacífico”, disse nesta quinta-feira Zhang Wei, porta-voz da Administração Espacial Chinesa, numa conversa com jornalistas devido à publicação do Livro Branco.

Nos últimos anos, o país levou taikonautas ao espaço, experimentou caminhadas espaciais e iniciou os testes para a construção de uma estação espacial. No final deste ano, o sistema de posicionamento global chinês, que rivaliza com o GPS norte-americano ou com o Galileu da Europa, começou a funcionar. Muitos especialistas defendem que o sistema será utilizado para fins militares.

No livro, os objectivos para os próximos cinco anos passam ainda pela construção de satélites de observação terrestre, a produção de um sistema mais poderoso de transporte espacial, uma nova base espacial e o desenvolvimento de experiências científicas espaciais para estudar os buracos negros e a física quântica.

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