Novo iPhone quer ser um assistente pessoal e não rompe com o modelo anterior

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Tim Cook partilhou o palco com outros executivos e optou por não apresentar o novo iPhone Jo Yong-Hak/Reuters

A nova aplicação, chamada Siri, permitirá aos utilizadores realizar uma série de tarefas com comandos de voz – por exemplo, fazer uma pesquisa na Internet (algo que os concorrentes Android permitem há muito), acertar despertadores, pedir informações sobre o tempo ou direcções num mapa.

O software também dá sugestões ( “Preciso de um casaco para a chuva?”, perguntou um executivo da Apple, durante uma demonstração da tecnologia) e vai-se adaptando às preferências do utilizador à medida que este interage com a máquina.

Por agora, Siri reconhece apenas instruções em inglês, francês e alemão, embora a Apple tenha dito que pretende integrar outras línguas.

O iPhone 4S surge em vários modelos, com capacidades de armazenamento entre os 16GB e os 64GB. O aparelho tem um novo processador, igual ao que equipa o iPad 2 e que a Apple diz ser duas vezes mais rápido do que o antecessor. A câmara passa a ter oito megapixels. O aspecto do aparelho mantém-se inalterado.

Como o nome indica, a Apple repetiu o que fez em 2010, lançando uma melhoria do modelo anterior (o iPhone 4) e não um aparelho completamente redesenhado. Será posto à venda primeiro em sete mercados estratégicos e estará disponível a partir de dia 28 deste mês num total de 29 países, entre os quais não está Portugal, onde deverá chegar até ao final do ano.

A acompanhar o novo modelo, vem também uma nova versão do sistema operativo iOS, que poderá ser instalada a partir da próxima semana. Uma das novidades é a melhoria do sistema de notificações, que (como já acontece nas plataformas concorrentes) passam a ser mostradas quando o telemóvel está bloqueado e encaminham o utilizador directamente para a aplicação (e-mail ou telefone, por exemplo) a que dizem respeito.

As novidades parecem não ter impressionado os investidores e as accções da Apple caíam 2,6% no final da apresentação.

Sem Steve Jobs

Desta vez, não houve um grande protagonista em palco. O novo director executivo da Apple, Tim Cook, abriu a apresentação, na sede da empresa, em Cupertino, na Califórnia. Outros executivos subiram ao palco para o anúncio de funcionalidades menores e durante cerca de 50 minutos a Apple beneficiou de cobertura mediática mundial para todas as pequenas novidades apresentadas. Phil Schiller, um veterano vice-presidente da empresa, apresentou o novo iPhone e Cook fez os comentários finais.


Steve Jobs, que habitualmente conduzia os momentos de apresentação dos grandes produtos, não esteve presente. Jobs esteve de baixa médica desde o início do ano até Agosto, quando se demitiu, tendo agora o cargo de presidente não executivo

O iPhone é o smartphone mais vendido no mundo e representa 40 por cento das receitas da Apple (além de que ajuda outros negócios, dando visibilidade aos restantes produtos e impulsionando a loja de aplicações móveis). Mas a Apple está numa situação de todos contra um: vários fabricantes de peso têm lançado vários smartphones, muitos equipados com sistema Android e outros com a plataforma Windows Phone 7, da Microsoft.

Segundo dados da analista de mercado Gartner, relativos ao segundo semestre deste ano, o Android é o sistema mais vendido de smartphones, com 43% do mercado. O iOS do iPhone tem 18% e o Symbian, da Nokia e que está praticamente abandonado, ainda retém uma quota de 22% (a quota do iOS é maior quando se consideram os tablets e ainda os iPod Touch, que também integram este sistema – ao todo, 250 milhões de utilizadores).

Já tendo em conta todo o mercado de telemóveis, o iPhone tem, segundo números hoje revelados por Tim Cook, uma quota de apenas 5%. Em linha com o que outros executivos têm dito (incluindo o presidente do Google, Eric Schmidt), Cook espera que o mercado abandone os telemóveis simples: “Acreditamos que todos os telemóveis vão ser smartphones”, afirmou o executivo. Pelo menos nos EUA, o iPhone 3GS (lançado em 2009) vai ser gratuito em certos contratos com operadores.

Outros produtos

Cook divulgou ainda números sobre a adopção do Lion, o mais recente sistema operativo para computadores Mac: seis milhões de licenças vendidas, o que equivale a 80 por cento dos utilizadores com o sistema anterior. O Lion, que incorpora uma interface de gestos inspirada no iPad, é o primeiro sistema que a Apple vende apenas por


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, sem disponibilizar cópias em CD.

O director executivo frisou ainda que a venda de Mac cresceu 23% em relação ao ano passado, muito acima da média para os restantes computadores pessoais, que se ficou pelos quatro por cento. Nos EUA, segundo os números mostrados por Cook, os Mac têm já uma quota de mercado de 23% - mas os dados de analistas de mercado mostram que, a nível global, a fatia de mercado fica entre os 3% e os 4%.

Notícia corrigida às 22h50O nome da aplicação é Siri e não Sirius
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