MNE e Carrilho com versões diferentes sobre o afastamento da UNESCO

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Carrilho afirmou ter tido conhecimento pelas notícias Carlos Lopes (arquivo)

O Ministro dos Negócios Estrangeiros informou Manuel Maria Carrilho no dia 15 de Abril que ele ia deixar de ser embaixador da UNESCO, segundo revelou ao PÚBLICO Rita Laranjinha, chefe de gabinete do Ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE), Luís Amado.

Esta informação contraria a declaração feita na segunda-feira por Carrilho, que disse ter sabido da substituição “pela notícia da Lusa”.

Ao PÚBLICO, porém, Carrilho reafirma que só soube pela agência noticiosa e revela que a sua substituição foi-lhe confirmada pelo secretário-geral do MNE às 20h30 de ontem, hora de Paris, 19h30 em Lisboa.

Versão diferente tem a chefe de gabinete do ministro, revelando que foi num encontro de Abril com Luís Amado, no gabinete do MNE, em Lisboa, que "foi acertado entre ambos que a saída da UNESCO teria lugar no movimento diplomático de Outono".

Essa reunião decorreu cerca de seis meses depois de Carrilho não ter cumprido, em Setembro de 2009, as instruções de Luís Amado de votar no embaixador egípcio Farouk Hosny para cargo de director-geral da UNESCO. Um facto que terá pesado na decisão da sua substituição. Esta, no entanto, só se concretizou agora, dois dias depois de publicada uma entrevista de Carrilho ao Expresso onde este ex-ministro socialista falava na necessidade de uma reforma da carreira diplomática.

Os movimentos diplomáticos demoram normalmente alguns meses, porque para além da substituição conjugada de embaixadores, o processo tem de ser aprovado pelo primeiro-ministro e pelo Presidente da República, o que já aconteceu neste caso, segundo outra fonte do gabinete do MNE. Falta apenas a publicação em Diário da República.

Notícia actualizada às 19h43
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