Maioria considera que não está mal de saúde
A maioria da população portuguesa classifica o seu estado de saúde como razoável ou bom, mas aparentemente não atribui esta situação ao funcionamento do sector em Portugal, segundo revela um estudo desenvolvido pelas consultoras Spirituc e Guess What PR, a que o PÚBLICO teve acesso.
Numa escala de 1 a 10, em que 1 corresponde a Muito Má e 10 a Muito Boa, a percepção dos portugueses sobre o estado geral do sector da saúde em Portugal situa-se nos 4,71. "Muito pouco favorável" portanto, refere-se no primeiro barómetro Portugueses e a Saúde desenvolvido por aquelas consultoras com base em 602 questionários realizados no primeiro semestre de 2010.
Quase metade dos portugueses - 45,5 por cento - define o seu estado de saúde como razoável e outros 44,7 descrevem-no como Bom ou Muito Bom. No extremo oposto estão apenas 8,8 por cento. Os portugueses que residem no Algarve, no Centro e em Lisboa e Vale do Tejo são aqueles que têm a sua saúde em melhor conta. Nas primeiras duas regiões, mais de 50 por cento descrevem-na como razoável. Em Lisboa, são 40 por cento os que a encaram como boa. A média nacional é de 33,1 por cento. Os que consideram que o seu estado de saúde é muito bom estão mais bem representados no Norte e ilhas: andam à volta dos 12,5 por cento (a média nacional é de 11,6)
Neste grupo, são os que têm 30 ou menos anos que lideram. A partir dos 51 anos, a maioria opta antes por um razoável. Por outro lado, quanto maior o nível de habilitações, melhor é esta percepção: 49,6 por cento da população com o ensino superior descreve o seu estado de saúde como bom, uma percentagem que desce para os 11,8 por centro entre os que detêm apenas o 1.º ciclo ou menos. Quase 30 por cento da população portuguesa têm apenas este nível de escolaridade.
Transversal a todos os grupos e escalões etários é a má opinião que os portugueses têm sobre o estado do sector da saúde em Portugal. Não foi identificado o que apontam como estando mal, mas é possível referir o que consideram que escapa a esta apreciação negativa. "Não consideram o funcionamento dos hospitais como o principal responsável" pelo actual estado do sector, refere uma das conclusões do barómetro. Na mesma escala de 1 a 10, em que 1 corresponde a Muito Má e 10 a Muito Boa, a opinião sobre os hospitais públicos situa-se em 6,79.
E o que fazem os portugueses pela sua saúde? A maioria responde que tem cuidados com a alimentação. São 79,7 por cento os que apontam esta medida, enquanto os que dizem ter deixado de fumar se situam nos 7,7 por cento e os que assumem ter reduzido ou parado com o consumo de bebidas alcoólicas são 8,6 por cento. A seguir à alimentação, a prática do desporto é o passaporte para a saúde a que os portugueses - 33,8 por cento no total - mais deitam a mão .