“Lá vai o tempo em que as estrelas da rádio faziam tremer corações”, disse ontem durante a apresentação, Rui Pêgo, director da rádio pública, que reconhece que este meio “fica muitas vezes à beira do prato”. Mas Rui Pêgo, que chama, “lenda viva” a António Macedo, acredita que certos nomes ainda fazem a diferença.

Para recuperar um dos períodos mais fortes da história recente da Antena 1, quando Francisco Sena Santos fazia dupla com o animador António Macedo, a Antena 1 decidiu voltar a ir buscar uma das vozes mais carismáticas da rádio, António Macedo, afastado deste horário desde Março do ano passado.

Ao lado de António Macedo vai estar o jornalista Ricardo Alexandre, num formato que os responsáveis descrevem como “talk radio”. “Queremos que a manhã 1 informe, reflicta e que tenha capacidade de influenciar a sociedade portuguesa”, afirmaram em comunicado.

“A rádio está muito igual. A forma de abordar os assuntos, os jornais, não se diferenciam uns dos outros. E a rádio tem sofrido alguma erosão no sentido de conseguir trazer os protagonistas à antena, em parte devido ao aparecimento dos canais de informação”, defende Ricardo Alexandre. “Atrevo-me a dizer que, para mim, isto vai ser tão entusiasmante como foi das vezes em que trabalhei com o Francisco Sena Santos”, acrescentou António Macedo.

A preparar o caminho para António Macedo e Ricardo Alexandre vai estar José Candeias, voz que passou pela Rádio Renascença e que, mais recentemente ocupava as primeiras horas da manhã do Rádio Clube Português, entre as 5h00 e as 7h00. É este mesmo horário que agora vem preencher da rádio pública, numa tentativa de cativar o auditório, convidando a ficar na Antena 1 manhã dentro. “É preciso convidar as pessoas para que permaneçam em antena para o horário seguinte”, diz José Candeias que promete um tom intimista com a audiência e muitas histórias sobre aqueles que, profissionalmente, começam mais cedo o seu dia.

No ano em que completa 75 anos de emissões regulares, o serviço público de rádio promete uma aposta na diversidade mas não baseada nos resultados das audiências, garante Rui Pêgo.