ITER: sete parceiros lançam projecto de reactor experimental de fusão nuclear

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Os sete países validaram hoje em Bruxelas os acordos negociados em Abril Olivier Hoslet/EPA

O reactor será construído em Cadarache, no sudeste de França. Mas durante vários meses, Tóquio defendeu o seu próprio sítio, em Rokkasho-mura e só cedeu no ano passado, em troca de significativas concessões. Entre elas está a possibilidade de nomear o director-geral do projecto.

Os sete países já tinham chegado a acordo, no início de Abril, em Tóquio, sobre a versão final dos acordos validados hoje em Bruxelas, que definem o estatuto do ITER e a distribuição dos papéis de cada um.

De acordo com o comissário europeu para a Investigação, Janez Potocnik, a União Europeia vai garantir 40 por cento dos custos da construção e a França dez por cento. Os Estados Unidos, Japão, China e Coreia do Sul assumem, cada um, dez por cento dos custos de construção, avaliados em 4,5 mil milhões de euros. A chegada posterior da Índia ao projecto permitirá aos parceiros dispor de uma reserva estratégica de 500 milhões de euros.

Fusão vai reproduzir energia no Sol e estrelas

O que o distingue um reactor termonuclear das actuais centrais nucleares é basear-se na fusão e não na fissão nuclear, libertando no processo apenas hélio, um gás inerte e inofensivo, e não resíduos perigosos.

A fusão termonuclear controlada tem por ambição reproduzir a energia que se gera no Sol e nas estrelas.

O processo, longe ainda de estar dominado, consiste em fundir núcleos de átomos de deutério (isótopo pesado do hidrogénio) para formar trítio (outro isótopo, mas leve, do hidrogénio), produzindo uma grande quantidade de energia.

Embora sejam necessários anos de experiências para se chegar à produção comercial de electricidade desta forma, o processo perfila-se como uma das alternativas mais fiáveis para enfrentar a crise energética resultante do previsível esgotamento das reservas de combustíveis convencionais, como o petróleo, o gás e o carvão.

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