Turquia bloqueia Facebook, Twitter, YouTube e WhatsApp

Governo não assumiu a autoria do bloqueio, mas não afasta a responsabilidade.

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Bloqueio sucede detenções de políticos do partido pró-curdo Reuters/DADO RUVIC

O acesso às redes sociais turcas foi bloqueado esta sexta-feira, escreve o TurkeyBlocks, um site turco especializado na monitorização em tempo real da liberdade na Internet. Foi também bloqueado o acesso a vários serviços VPN - uma tecnologia que cria uma ligação encriptada numa rede menos segura, como a Internet, para dar acesso seguro a um utilizador

O bloqueio de redes como WhatsApp, Facebook, Twitter e YouTube aconteceu horas depois de dois líderes e pelo menos 13 deputados do partido pró-curdo do HDP (Partido Democrático do Povo) terem sido detidos.

O Instagram e Skype também apresentam algumas restrições, aponta o site.

O primeiro-ministro turco Binali Yildirim não confirmou que o bloqueio seja da responsabilidade das autoridades turcas, mas reconhece que recorrer a essas medidas é uma situação possível “por razões de segurança”. O governante acrescenta ainda que estas medidas “são temporárias” e assim que a ameaça for eliminada “vai tudo regressar ao normal”, cita a AFP.

De acordo com o TurkeyBlocks, as interrupções devem-se a limitações de largura de banda, um "estrangulamento" através de servidores nacionais como a TTNet ou Turkcell.

O site denuncia ainda que as restrições ao uso de Internet tem aumentado na Turquia para controlar a cobertura dos media de incidentes políticos, uma nova forma de “censura” a curto prazo. 

A confirmar-se que esta foi uma decisão do Governo, não será a primeira. Por várias vezes o Governo turco já interferiu nas redes sociais e censurou a liberdade de expressão. Em 2014, o presidente turco Recep Tayyip Erdogan mandou encerrar o Twitter na Turquia. Considerado um “predador da liberdade de imprensa” pela organização Repórteres Sem Fronteiras, a interferência de Erdogan na imprensa denuncia uma "limpeza" à liberdade nos meios de comunicação social.

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