Papa aceita demissão de bispo irlandês

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Há cada vez mais vozes a pedir também a demissão do chefe da igreja irlandesa Cathal McNaughton/Reuters

A cabeça do bispo foi a última a rolar, num escândalo de abuso sexual que está a sacudir a Irlanda e se tem espalhado para vários outros países europeus, incluindo a Alemanha, onde o Papa nasceu, refere a Reuters.

“Aceito todas as responsabilidades sobre as críticas à nossa gestão das questões relatadas”, afirmou hoje Magee, citado pela BBC online.

Magee, de 73 anos, foi secretário pessoal dos Papas Paulo VI, João Paulo I e João Paulo II. O bispo de Cloyne (no Sul da Irlanda) deixou as suas actividades no ano passado, para responder a um inquérito de abusos sexuais na sua diocese.

Uma comissão formada pela igreja em 2008 – a National Board for Safeguarding Children in the Catholic Church in Ireland (NBSC, independente, apesar de ter sido criada pela Igreja) – concluiu que esta colocou crianças em risco ao não responder convenientemente às acusações de abuso que vinham sendo feitas.

Segundo a BBC, uma mulher queixou-se em 1996 do “padre B”, dizendo que tivera uma relação sexual de um ano com ele, e que o vira a beijar o seu filho de 14 anos. Foram ainda apresentadas outras três queixas deste padre, entre 1995 e 1997, e em 2005 outra mulher declarou que tivera relações sexuais com ele desde os 13 anos.

A estação britânica acrescenta que as conclusões deste relatório foram uma crítica devastadora para as práticas de protecção de crianças na diocese, concluindo que muitas vezes eram perigosas e aparentemente concentradas nas necessidades dos acusados e não das vítimas.

Este inquérito é autónomo do relatório Murphy sobre décadas de abuso na diocese de Dublin, e em escolas industriais e orfanatos católicos.

Há cada vez mais vozes a pedir também a demissão do chefe da igreja irlandesa, o cardeal Sean Brady, ciente do encobrimento de abusos quando foi padre, em 1975 – mas Brady, até agora, não colocou o seu cargo à disposição.

Outros quatro bispos irlandeses apresentaram recentemente a demissão ao Papa, que aceitou uma delas.

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