Mais de 5600 refugiados e imigrantes socorridos no mar no 3.º aniversário de Lampedusa

Depois de uma semana mais calma, há uma intensa actividade de embarcações no Mediterrâneo.

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Samir, um rapaz de oito anos resgatado no final de Setembro Ricardo Garcia/AFP

No dia em que na ilha de Lampedusa se assinala, com uma cerimónia, o naufrágio que matou 360 pessoas no Mediterrâneo há três anos, a guarda-costeira italiana anunciou, esta segunda-feira, ter coordenado, desde a manhã, o resgate de mais de 5600 refugiados e imigrantes ao largo da Líbia. Segundo a guarda-costeira italiana, este número de salvamentos corresponde a um dos mais altos num só dia.

As primeiras embarcações foram detectadas ao início da alvorada, entre elas um barco de pesca com 700 pessoas a bordo, muitas delas crianças. No total, cerca de 40 embarcações foram socorridas. Segundo uma parta-voz da guarda-costeira, um migrante morreu e uma grávida foi transportada de helicóptero para um hospital de Lampedusa.

Navios da guarda-costeira italiana e de organizações humanitárias como os Médicos Sem Fronteiras (MSF), a Save the Children ou a ProActiva Open Arms participam na operação, com o apoio de navios militares.

Os MSF, no Twitter, deram conta de uma operação difícil com um barco de borracha em dificuldade: várias pessoas afogaram-se e muitas sofreram queimaduras. Duas mulheres e uma criança de oito anos ficaram gravemente queimadas.

Esta intensa actividade no mar, depois de uma semana de calma relativa, coincide com o aniversário do naufrágio de 366 pessoas ao largo de Lampedusa. Na noite de 2 para 3 de Outubro de 2013, uma embarcação que partira da Líbia com 500 pessoas a bordo incendiou-se junto à ilha italiana.

A tragédia impulsionou a Itália a lançar a operação Mare Nostrum, uma vasta operação de socorro no Mediterrâneo, que um ano mais tarde se transformou numa operação europeia de socorro, à qual se juntaram os navios das organziações humanitárias.

Este esforço permitiu salvar centenas de pessoas - ainda assim, o mar engoliu 11 mil pessoas, segundo o Alto Comisariado das Nações Unidas para os Refugiados.

Para assinalar o terceiro aniversário da tragédia de 2013, 200 jovens de vários países reuniram-se na ilha italiana esta segunda-feira, para uma marcha de homenagem às vítimas que, como todos os outros, tentam chegar à Europa, fugindo de guerras, perseguições e de condições de vida de miséria.

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