Coreias chegam a acordo para reabrir complexo industrial de Kaesong
Empresas estão paradas desde Abril, altura em que as comunicações entre os dois países também foram cortadas.
As reuniões decorreram em Panmunjom, precisamente na zona abandonada que separa os dois territórios. Esta zona é também conhecida como “a cidade da paz”, por ser a localidade fronteiriça por onde passa a linha telefónica que liga os dois países. Os negociadores, adianta a AFP, decidiram que as empresas que fazem parte do complexo industrial vão poder retomar as suas actividades assim que estejam prontas, de acordo com os termos do acordo assinado pelas duas Coreias na manhã deste domingo.
Panmunjom, “a cidade da paz”, é a localidade fronteiriça por onde passa a linha telefónica que liga os dois países, cuja reabertura foi anunciada na sexta-feira. A linha telefónica de emergência tinha sido cortado em Março pela Coreia do Norte.
Ainda assim, segundo a AFP, os negociadores marcaram um novo encontro para quarta-feira, mas que deverá decorrer já em Kaesong, com o objectivo de garantir que serão criadas as condições necessárias para que o encerramento não se volte a repetir – já que o acordo acontece meses depois de a tensão entre os dois países ter chegado a níveis muito preocupantes, com cortes de comunicações entre ambas e com a Coreia do Norte a ser alvo de novas sanções por parte nas Nações Unidas na sequência de novos ensaios nucleares em Fevereiro.
Kaesong é um lugar simbólico tanto para Seul como para Pyongyang, sendo que nenhum dos países quis assumir a responsabilidade pela cessação das actividades industriais do complexo onde trabalham 123 empresas com mais de 50 mil norte-coreanos e centenas de quadros sul-coreanos. O complexo é uma importante fonte de divisas para o regime norte-coreano, liderado por Kim Jong-Un.
Desde Junho que os dois países tentaram retomar o diálogo. As últimas reuniões de trabalho entre coreanos ocorreram em 2011. A última reunião interministerial data de 2007. Quando se anunciaram as primeiras intenções de voltar a negociar, o Governo de Pyongyang declarou-se também disposto a repensar a retoma das visitas turísticas ao monte Kumgang e a discutir questões humanitárias como a reunião de famílias separadas pela guerra – um tema que continua em cima da mesa, mas com o Ministério da Unificação sul-coreano a explicar que no encontro decidiu dar-se prioridade a Kaesong.
O conflito entre ambas as Coreias que decorreu entre 1950 e 1953 terminou com um cessar-fogo e não com um tratado de paz, pelo que tecnicamente os países continuam em guerra, sendo frequentes as situações de tensão.