Banco de Inglaterra reforça alertas em relação aos perigos do "Brexit"
Efeito negativo no emprego com subida de inflação assusta responsáveis pela política monetária britânica.
O Banco de Inglaterra subiu esta quinta-feira o tom dos avisos em relação às consequências de uma decisão de saída do Reino Unido da União Europeia, afirmando que o clima de incerteza que já se está a viver tem sido o suficiente para gerar um pior desempenho ao nível do emprego e da inflação.
Da reunião realizada pelo comité de política monetária do banco central, saiu a decisão de manter as taxas de juro de referência no Reino Unido a um nível mínimo histórico de 0,5%, algo que era amplamente esperado pelos mercados.
No comunicado emitido pela entidade liderada por Mark Carney notou-se contudo uma maior apreensão em relação aos últimos desenvolvimentos na economia e em relação às eventuais consequências de uma vitória do sim no referendo sobre a saída do Reino Unido da União Europeia, habitualmente designado por "Brexit".
O banco central afirma que o actual clima de incerteza já está a ter um impacto negativo na economia, que se poderá agravar caso se opte pelo "Brexit", conduzindo a “um ritmo mais baixo de crescimento e a um caminho notoriamente mais alto para a inflação”. A subida do desemprego é uma das preocupações reveladas pelo banco.
Para a autoridade monetária isto pode constituir um problema, porque combater em simultâneo uma travagem da actividade económica e uma subida da inflação constitui uma dificuldade prática importante. No comunicado, o banco fez questão de deixar claro que “tomarão qualquer acção que seja necessária” para garantir que mantém a estabilidade das expectativas de inflação.
“O resultado de referendo continua a ser o maior risco imediato que os mercados financeiros do Reino Unido enfrentam”, diz o comunicado do Banco de Inglaterra, avisando que tal também acontece para os mercados financeiros globais, uma vez que são esperados “efeitos de contágio para a economia global”.