Clima
2024: dez catástrofes que marcaram o ano mais quente desde que há registos
De incêndios a cheias por todo o mundo, o ano de 2024 ficou marcado por várias catástrofes relacionadas com o clima.
O ano de 2024 será ser o mais quente desde que há registos. Por todo o mundo, foram-se sentido os efeitos desses recordes de temperatura na forma de eventos extremos. Neste vídeo, mostramos alguns.
Os habitantes da capital indiana sufocaram sob um calor abrasador, com o gabinete meteorológico do país a emitir um “alerta vermelho” a 17 de Junho, no meio de uma vaga de calor prolongada. As pessoas foram vistas a caminhar nas ruas com as cabeças cobertas, debaixo de guarda-chuvas, e a beber bebidas frescas para se refrescarem.
Os habitantes de Baja, a 160 quilómetros a sul de Budapeste, Hungria, navegavam em barcos pelas ruas inundadas a 22 de Setembro, enquanto o rio Danúbio continuava a subir. O morador Antal Allaga disse que nunca tinha assistido a três inundações num ano, enquanto remava o seu barco através das águas das cheias. Em Budapeste, previa-se que o Danúbio atingisse os 8,5 metros – perto dos níveis recorde, mas ainda abaixo dos registados em 2013.
Em Dezembro, um incêndio florestal a noroeste de Los Angeles obrigou a evacuações, cortou a electricidade e fechou estradas. O incêndio de Franklin alastrou-se durante a noite em Malibu, perto da Pacific Coast Highway, que se situa ao longo do oceano, à saída de Los Angeles. Fred Roberts, morador de longa data de Malibu, disse que, embora o lugar seja bonito, condições como o vento e a paisagem tornaram os incêndios mais perigosos na área.
No Verão, enquanto os italianos se preparavam para o feriado nacional de Ferragosto e se afastam das grandes cidades para as férias, o calor intenso atingiu as cidades de Veneza e Roma. Os turistas tentavam refrescar-se nas fontes e à sombra, no meio das ruas quase vazias de habitantes. De acordo com o site de previsão meteorológica iLMeteo.it, a onda de calor Charon trouxe temperaturas que rondavam os 40 graus Celsius no sul de Itália.
Os incêndios florestais que lavraram no centro e norte de Portugal provocaram sete mortos, incluindo três bombeiros, e mais de 50 feridos a 17 de Setembro. O Governo chegou a pedir ajuda aos aliados europeus. No distrito de Aveiro, os incêndios destruíram mais de 10.000 hectares de floresta e matos, mas os fogos atingiram também outras partes do país. Várias casas, viaturas e estruturas foram destruídas e o ano de 2024 tornou-se o pior da última década em área ardida em Portugal.
Enquanto a capital do Montenegro, Podgorica, estava a suar com temperaturas que atingiram os 41°C a 14 de Agosto, os turistas e os habitantes locais dirigiam-se ao mar Adriático para se refrescarem, mesmo que só um pouco. Em Sutomore, os visitantes disseram que era difícil, mas que estavam a começar a habituar-se às ondas de calor.
Nos Estados Unidos, em Outubro, o furacão Milton causou graves danos no estado da Florida, não só devido à sua força, mas também devido a um fenómeno inesperado: o número invulgar e a potência dos tornados destruidores que trouxe consigo, cuja influência no estado foi devastadora. Os tornados pequenos e de curta duração, normalmente associados à região, foram desta vez tornados de intensidade considerável, causando destruição generalizada e perda de vidas. A Florida, que é frequentemente atingida por tornados, ocupa o quarto lugar entre os Estados com maior incidência destes fenómenos.
A 1 de Novembro, os habitantes da zona de Paiporta, Espanha, atingida pelas cheias, saíram para limpar as ruas enlameadas e disseram que era necessária mais ajuda para fazer face às consequências das fortes chuvas. O número de mortos devido às inundações que assolaram o leste de Espanha foi de, pelo menos, 202 pessoas só na região de Valência, informaram as autoridades regionais. A tragédia foi o pior desastre da história moderna de Espanha relacionado com inundações e o número de mortos é agora o pior para um único país na Europa desde as inundações na Roménia que mataram 209 pessoas em 1970. No dia de Todos os Santos, voluntários de toda a região dirigiram-se para as áreas mais afectadas para ajudar, carregando pás e vassouras.
O Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, realizou a 31 de Julho um levantamento aéreo do Pantanal, a maior zona húmida tropical do mundo, que sofria gravemente com os incêndios florestais. Lula sobrevoou a região para avaliar a extensão dos danos causados pelos incêndios neste ecossistema único, um santuário para diversos animais selvagens. O Pantanal, localizado na região centro-oeste do Brasil, é o habitat de uma grande variedade de animais, incluindo onças-pintadas, anacondas e tamanduás-bandeira.
A 16 de Dezembro, as equipas de socorro deslocaram-se para encontrar sobreviventes e restabelecer os serviços no território ultramarino francês de Mayotte, onde se receava que centenas ou mesmo milhares de pessoas tivessem morrido devido ao pior ciclone do século, Chido, que atingiu as ilhas do oceano Índico.