Em Pitões das Júnias, não há Carnaval, há Entrudo. Não há lantejoulas, há farrapões

A pequena aldeia de 147 habitantes vai festejar o Entrudo com várias actividades tradicionais que incluem a VII Mostra de Produtos Típicos, a partilha da sopa d'unto, e muita música e dança.

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Câmara de Montalegre
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Nelson Garrido

A aldeia de Pitões das Júnias, no Gerês, costuma festejar o Entrudo – e não o Carnaval – durante quatro dias. Este ano, a tradição local mantém-se, tendo como destaque as presenças de muitos caretos e farrapões.

Localizada em pleno Parque Nacional de Peneda-Gerês, a aldeia onde residem apenas 147 pessoas vai celebrar o Entrudo entre os dias 6 e 9 de Fevereiro. Os festejos, que arrancam às 11h de sábado com a abertura da VII Mostra de Produtos Típicos, não vão ter nem reis ou lantejoulas, mas estarão repletos de caretos e farrapões. Na mostra, os visitantes poderão provar enchidos tradicionais, pão cozido a lenha, chás, licores ou ainda cozido à portuguesa transmontano e sopa d’unto feita no caldeirão. 

Lúcia Jorge, presidente da junta de freguesia, afirma que é uma forma de dar oportunidade aos visitantes de “provar e saborear os sabores locais”. Mais do que isso, a mostra representa uma oportunidade para os “habitantes poderem acrescentar uma nova fonte de rendimento”, visto que a maioria vive da agricultura. Outro dos grandes destaques que referiu será a matança do porco no centro da aldeia, no Domingo Gordo, por volta das 15h30.

Durante a terça-feira do Entrudo, outro momento alto das festividades, toda a população de Pitões das Júnias, se juntará aos visitantes no eiró (eira) da aldeia a partir das 14h. Ao final da tarde, depois dos arremates dos produtos típicos, será partilhada a merenda entre todos os presentes, num convívio que se pretende estender noite dentro, que Lúcia Jorge promete incluir muitas “músicas e cantares locais”.

Nos meses de maior afluência, com eventos maiores como este, a autarca afirma que a aldeia acolhe “entre 500 e 1000” visitantes. Embora não tenham registos dos números correctos, a mesma assegura que “nunca foram menos de 300” turistas. “As pessoas até guardam férias para virem comemorar connosco”, revelou.

No final, os participantes nas festividades irão receber um certificado de frequência.

Texto editado por Ana Fernandes

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