Enfermeiros do Hospital de Viseu exigem 35 horas semanais
Os funcionários com contrato individual querem os mesmos horários de trabalho que os colegas com contrato de trabalho em funções públicas.
Cerca de meia centena de enfermeiros do Centro Hospitalar Tondela-Viseu concentraram-se esta quinta-feira junto à entrada principal do Hospital de Viseu para reivindicarem a aplicação das 35 horas semanais aos profissionais com contrato individual de trabalho.
Segundo Alfredo Gomes, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, metade dos cerca de 800 profissionais do Centro Hospitalar Tondela-Viseu encontra-se numa situação de contrato individual de trabalho e ainda no regime das 40 horas semanais.
"Pela lei deviam estar já a fazer 35 horas semanais, mas, na prática, e porque existe falta de pessoal, fazem muito mais horas, 40 ou 50, para que os serviços não fechem", disse o dirigente sindical à agência Lusa. Salientando que os cerca de 400 enfermeiros com contrato de trabalho em funções públicas já fazem 35 horas semanais, Alfredo Gomes frisa que o Centro Hospitalar Tondela-Viseu está a discriminar os outros profissionais, "potenciando os conflitos laborais nos serviços e dificultando a prestação de cuidados de enfermagem em equipa".
De acordo com o dirigente sindical, o conselho de administração tem poder para alterar os contratos individuais de trabalho para as 35 horas semanais, tendo sido entregue um requerimento nesse sentido.
Alfredo Gomes referiu que o ministério da Saúde, no início do verão, retirou da discussão com os enfermeiros a questão da redução horária, devido à eventualidade de Portugal ser multado pela União europeia por défice excessivo.
"Como isso não se verificou, já não há motivo para não voltar a ser discutido", refere o sindicalista, salientando que os enfermeiros vão aguardar por uma reunião em Setembro com a tutela e manter as greves semanais previstas.
Caso a tutela se mantenha "irredutível", o dirigente disse que os enfermeiros vão continuar e agudizar a luta, cujas acções serão discutidas em plenário.