Abaixo-assinado do Bolhão entregue na Câmara do Porto

Cerca de 70 comerciantes manifestaram o seu "profundo desagrado" pela condução do processo e sugerem outros locais para o mercado temporário

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O Mercado do Bolhão deverá entrar em obras no próximo ano PAULO PIMENTA

Cerca de 70 comerciantes do Mercado do Bolhão participaram no abaixo-assinado que foi entregue, na tarde desta sexta-feira, no Gabinete do Munícipe da Câmara do Porto. No documento, os signatários manifestam o seu “profundo desagrado pela forma como o Gabinete do Mercado do Bolhão tem vindo a abordar a sua situação” e dizem que “não aceitam” a deslocação proposta durante o período nem o regresso a um espaço diferente daquele que abandonarem temporariamente. Os comerciantes sugerem ainda outros espaços para o mercado temporário.

“Somos à volta de 110 comerciantes do interior e do exterior e destes cerca de 70 assinaram o abaixo-assinado. Os que não o fizeram é porque têm medo de represálias”, disse ao PÚBLICO Miguel Mendonça, presidente da Associação Bolha de Água – uma das duas associações de comerciantes do mercado – poucas horas antes de entregar o abaixo-assinado na autarquia.

Anexo a esse documento, os comerciantes juntaram um outro, no qual manifestam “o desagrado da maioria” pela anunciada instalação do mercado temporário no centro comercial La Vie Porto, na Rua de Fernandes Tomás, sugerindo, em alternativa, quatro outras localizações: a Praça de D. João I, a Casa Forte, o largo do Metro da Trindade ou a Avenida dos Aliados. Dos quatro espaços, o quarteirão da Casa Forte foi o que chegou a ser anunciado como a hipótese mais provável para a instalação dos comerciantes do Bolhão, durante o período de obras. O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, afirmou, contudo, na reunião da Assembleia Municipal de 26 de Setembro, que hipótese foi afastada por não ter sido possível “chegar a acordo” com os proprietários privados do quarteirão.

Nos documentos entregues à câmara, os comerciantes pedem “um diálogo sério, justo e transparente” com a autarquia, dizendo que o Gabinete criado para o efeito “não segue este caminho”.

Miguel Mendonça explicou ao PÚBLICO que a associação esteve reunida, esta semana, com o vereador do Urbanismo, Manuel Correia Fernandes (que também é sócio da Bolha de Água) e que este lhe pediu “quinze dias para dar uma informação mais fina, mais rigorosa sobre este processo”.

A saída dos comerciantes está prevista para o segundo trimestre do próximo ano e pelo prazo mínimo de 20 meses, para que sejam realizadas as obras de reabilitação do Mercado do Bolhão.

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