Foguete e Comboio Presidencial estão nas oficinas de Contumil

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paulo pimenta
Foi um estranho comboio o que viajou na noite de sexta-feira desde o Entroncamento até Contumil, no Porto. Seis horas e meia para percorrer 230 quilómetros a 50 km/hora. Uma locomotiva eléctrica rebocou o último exemplar do célebre Foguete e três das velhas carruagens de madeira que faziam parte do Comboio Presidencial. Duas delas vinham literalmente embrulhadas em redes, para que nenhuma peça se soltasse ao cruzar-se com algum comboio rápido. De vez em quando, parava-se a meio da noite, em plena via, para que os técnicos da EMEF (empresa de manutenção da CP) revisassem estas peças de museu, assegurando-se de que os rodados não aqueciam, de que os engates aguentavam e que as carruagens estavam em condições de prosseguir viagem. As oficinas de Contumil, onde está sediada a equipa de restauro e de vapor da EMEF, foram as escolhidas para recuperar este material emblemático do século XX português. A recuperação do comboio dos presidentes custará 1,5 milhões de euros, mas para o Foguete não há verbas, tendo a Fundação Nacional dos Caminhos-de-Ferro vindo a desencadear uma campanha para obter donativos. Uma tarefa difícil em tempos de crise. Na viagem de sexta-feira, a Refer isentou a composição de taxa de uso (portagem ferroviária), mas a CP Carga não deixou de cobrar sete mil euros pelo serviço de tracção. Carlos Cipriano
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