31 de dezembro de 2019 O gabinete na China da Organização Mundial de Saúde faz saber que uma “pneumonia de origem desconhecida” apareceu na cidade de Wuhan, na província de Hubei. Foco da contaminação: desconhecido.
Poucos dias depois, já tinham sido identificados 44 casos.
O vírus alastra-se a grande velocidade. A 21 de Janeiro, a China tinha já identificado 386 infectados.
Um mês depois, o número era já quase 300 vezes superior.
A propagação foi rápida. O regime chinês fez tudo para evitar “momento Tchernobil” . A solução encontrada por Xi Jinping? Quarentenas impostas que transformaram por completo as cidades chinesas.
Desde então, a curva do número total de infectados tem vindo a abrandar.
A solução chinesa não impediu, no entanto, o vírus de se propagar por todo o mundo.
Depois da China, os casos mais graves são agora: .
Os cinco países já representam mais de um terço dos casos no mundo.
A curva Coreana Da Coreia do Sul parece vir um bom exemplo. Depois de um crescimento de casos associado a uma seita religiosa em Daegu , o país apostou numa campanha de testes em massa.
O país fez cerca de 10 mil testes por dia e usou dados de geolocalização de telemóveis e imagens de videovigilância para reconstruir os passos dos infectados.
A Itália é agora o maior centro das preocupações.
E a curva de novos casos diários não dá sinais de abrandar.
Ou seja, perante o mesmo vírus, a Coreia do Sul foi capaz de conter a sua propagação, ao passo que a Itália parece estar longe de o conseguir.
Um facto que preocupa os especialistas é a taxa de mortalidade acima da média em Itália.
Os últimos dados apontam para que cerca de 7% da população infectada tenha morrido com o vírus.
Já a Alemanha está no extremo oposto desta estatística. Apesar de contabilizar casos, registou mortes.
Em Portugal, o número de casos vai nos
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Com o número de casos a não parecer abrandar.
Algo que não deve ser visto, para já, com alarmismo.
Há um intervalo de tempo entre o momento em que alguém é infectado e o momento em que tem sintomas e realiza um teste.
Significa que os números que temos hoje referem-se aos que já foram infectados (e, porventura, ajudaram a espalhar a infecção) há uns dias.
Ou seja, mesmo que o país entrasse em isolamento social 100% perfeito, o número de infectados com covid-19 vai demorar a baixar.
Mas, para que a curva baixe de facto, os portugueses terão que minimizar ao máximo a capacidade de propagação de um vírus muito contagioso.
E conseguir aquilo que todos os países querem neste momento: reduzir o número diário de infectados para que todos possam receber a assistência médica devida. O já famoso “achatar a curva”.
Fontes
Coronavirus Source Data, Universidade de Oxford/ECDC
Dados relativos à pandemia COVID-19 em Portugal, Data Science for Social Good Portugal/DGS
Nota
Numa versão preliminar deste trabalho eram usados os dados da Our World in Data, que recolhia os dados da Organização Mundial de Saúde. A partir do dia 19 de Março, esta iniciativa decidiu passar a usar os dados do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças. Este trabalho passou também reflectir essa mudança