Actualizado a 15 Março de 2023
Aproximação Governo-sindicatos
Em processo
Governo não cede
Sem resposta
PROFESSORES
Segundo dados da Direcção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência, em 2020/2021, estavam a dar aulas 26.678 professores contratados, o que corresponde a cerca de 20% do total. Os sindicatos têm vindo a pedir o fim do recurso abusivo a contratos precários.
GOVERNO
11 mil novas entradas no quadro
O Governo anunciou que vai vincular quase 11 mil professores contratados, e para isso propõe um patamar mínimo de serviço prestado de 1095 dias, independentemente de terem sido consecutivos ou alternados. Com as regras em vigor, os docentes têm de ter três contratos sucessivos anuais e com horários completos para se vincularem. Se fossem estes os critérios para este ano, o número de professores a vincular-se estaria perto dos 2400.
Concursos internos todos os anos
PROFESSORES
O concurso interno, que permite aos docentes do quadro aproximarem-se da sua área de residência, é actualmente realizado de quatro em quatro anos. Os sindicatos reclamam que seja anual para aumentar as hipóteses de aproximação de casa.
GOVERNO
Concursos deixam de ser quadrienais e passam a anuais
No início da negociação do novo modelo de recrutamento de professores, o ministro da Educação propôs que a periodicidade do concurso interno fosse alargada de quatro para cinco anos. Mas recuou. Na última proposta, os concursos passam a ser anuais, como pedem os sindicatos.
PROFESSORES
Quando se vinculam, os professores começam actualmente por ficar afectos aos Quadros de Zona Pedagógica (QZP), com dimensões superiores a um distrito, o que os obriga a dar aulas em escolas que podem distar mais de 60 quilómetros umas das outras. Esta é, há muito, uma queixa dos sindicatos.
GOVERNO
Mais QZP
Os Quadros de Zona Pedagógica (QZP) vão passar dos actuais dez para 63, mais do que previsto até (23) no início das negociações. “Esta alteração substancial permite uma colocação em zonas que terão, em 95% dos casos, distâncias máximas de 50 quilómetros”, segundo o Ministério da Educação.
A proposta do Governo indica que, no concurso interno a realizar em 2024, os docentes devem manifestar preferência para todos os QZP, ou seja, devem concorrer a todo o território continental. Os sindicatos discordam e dizem que é uma medida "excessiva".
Quanto à gestão local de docentes, o ministério refere que, "verificando-se a inexistência de serviço lectivo ou existindo componente lectiva em número inferior a oito horas, o docente deve apresentar-se ao procedimento de mobilidade interna". Os sindicatos contestam e dizem que é um retrocesso, uma vez que actualmente esse número de horas se fixa em seis. "A dimensão mínima de componente lectiva para que não se caia na situação de insuficiência (horário zero) aumenta de seis para oito horas, o que faz aumentar o número de docentes nessa situação, colocando-os à disposição do designado conselho de QZP para efeitos de 'preenchimento local'", diz a Fenprof.
PROFESSORES
Actualmente, os professores que estão vinculados nos Quadros de Zona Pedagógica podem concorrer a qualquer escola de qualquer daquelas regiões. Por agora há 10 Quadros de Zona Pedagógica. Na proposta inicial de novo modelo de recrutamento apresentada pelo Governo previa-se que os docentes passassem apenas a poder concorrer às escolas do Quadro de Zona Pedagógica onde se encontram de outros três adjacentes. Os sindicatos opuseram-se a esta mudança, era mesmo uma das suas “linhas vermelhas”, argumentando que nestas condições os professores colocados longe de casa deixariam de poder concorrer a escolas próximas da sua área de residência, que é um dos objectivos principais da mobilidade interna.
GOVERNO
Concurso é para todas as escolas
Foi a última cedência do Ministério da Educação, comunicada na última ronda negocial. Na proposta de documento final está agora que os professores afectos a Quadros de Zona Pedagógica “podem concorrer a qualquer escola para aproximação à residência.
Progressão na carreira para contratados
PROFESSORES
Os professores contratados têm estado a condenados a ganhar sempre o mesmo vencimento mesmo que já estejam há 10 ou 20 anos a dar aulas. A Comissão Europeia ameaçou processar o Estado português devido a este tratamento discriminatório. Em resposta, o Governo propôs que estes professores passassem a poder mudar de escalão “em função do tempo de serviço acumulado”, mas na proposta inicial era fixada uma condição para tal acontecer: para mudarem de índice remuneratório teriam de concorrer a 10 Quadros de Zona Pedagógica. O que na situação actual equivaleria a concorrer a todo o país. Os sindicatos “chumbaram” esta exigência.
GOVERNO
Progressão só com tempo de serviço
Esta foi também uma das últimas cedências do Governo. Da proposta final foi retirada esta exigência prévia, o que significa que a mudança de índice remuneratório dependerá apenas do tempo de serviço prestado pelos professores contratados. São criados dois novos índices remuneratórios. Na prática, isto significa que os docentes que não pertencem aos quadros vão poder receber até 1938 euros brutos por mês, mais 350 euros do que agora ganham.
Graduação profissional continua critério único
PROFESSORES
Foi um dos pontos que mais discórdia suscitou e que acendeu o rastilho para a onda de protestos iniciada em Dezembro. Na proposta inicial apresentada aos sindicatos, o Governo abria a porta à possibilidade de as escolas contratarem uma percentagem dos seus docentes por perfis de competências em vez de obedecerem à ordenação por via da graduação profissional, calculada sobretudo com base no tempo de serviço. Este tinha sido um dos “cavalos de batalha” do ministro João Costa antes da abertura das negociações, em Setembro.
GOVERNO
Escolas não vão ter contratação autónoma
Foi um dos primeiros pontos da mudança anunciada por João Costa a cair. Na proposta de documento final, o Governo acatou a exigências dos sindicatos de manter a situação actualmente existente. Ou seja, a colocação de professores é feita apenas com base na graduação profissional. A reposição desta situação foi, aliás, uma das primeiras medidas adoptadas pelo PS quando chegou ao Governo em 2015, altura em que na contratação de escola ainda era possível recrutar tendo também em conta as características específicas dos professores.
Entrada no quadro para professores no estrangeiro
PROFESSORES
Os sindicatos defenderam que o novo modelo de recrutamento deveria incluir a possibilidade de entrada nos quadros também para os professores as escolas portuguesas no estrangeiro, o que não acontece actualmente e não estava previsto na proposta inicial apresentada pelo Governo.
GOVERNO
Mais docentes abrangidos pela vinculação
O documento final inclui a proposta apresentada pelos sindicatos, o que abre a porta à vinculação dos professores que estão a dar aulas nas escolas portuguesas no estrangeiro. Existem cerca de 20 destas escolas nos países africanos de língua portuguesa, Timor-Leste e Macau.
Recuperação do tempo de serviço congelado
PROFESSORES
O velho tema da recuperação integral do tempo de serviço que esteve congelado voltou a entrar na ordem do dia, com os sindicatos dos professores a reclamarem a contagem integral do tempo de serviço que estimam em nove anos, quatro meses e dois dias. Uma parte já foi recuperada, outra não: seis anos, seis meses e 23 dias é o tempo de serviço durante o qual as suas progressões estiveram congeladas e que não foi considerado no momento em que o “relógio” das carreiras voltou a contar, em 2018. Os sindicatos têm feito saber que não haverá acordo na negociação em curso com o Ministério da Educação – que formalmente diz apenas respeito ao regime de recrutamento e concursos para a profissão – sem um compromisso da tutela relativamente à recuperação do tempo de serviço.
GOVERNO
Possíveis medidas para reduzir impacto do congelamento
A 17 de Fevereiro, pela primeira vez ao longo deste processo negocial, e em resposta a questões dos jornalistas, o ministro da Educação admitiu estudar soluções para minimizar o impacto do congelamento do tempo de serviço. João Costa disse que se vai olhar para o “segmento de professores” que ficou “mais prejudicado” com o congelamento das carreiras, admitindo que poderá haver medidas diferentes para os docentes que foram apanhados pelo congelamento em fases distintas da carreira. Mas não deu medidas concretas. Em entrevista à TVI, o primeiro-ministro, António Costa, salientou que, se quisesse dar a todas as outras carreiras o equivalente aos seis anos, seis meses e 23 dias que os professores reivindicam, isso teria um custo de 1300 milhões de euros na despesa permanente todos os anos. “Não vejo que o país tenha condições para acrescentar 1300 milhões de euros de despesa permanente para todo o sempre", concluiu.
Fim das vagas de acesso ao 5.º e 7.º escalões
PROFESSORES
A carreira docente é composta por dez escalões e a progressão é feita em função do tempo de serviço e dos resultados da avaliação do desempenho. Os docentes só progridem se tiveram a menção de Bom na avaliação. O tempo obrigatório em cada escalão é de quatro anos, menos no 5.º, em que este prazo está reduzido a metade. Mas, para além desta espera, a passagem tanto para o 5.º como para o 7.º escalão depende sobretudo da existência de vagas, que são abertas ou não pelo Governo. Este sistema entrou em vigor em 2010, um ano antes do congelamento das carreiras na função pública, que se prolongou até 2018. E tem sido descrito pelos sindicatos dos professores como um “travão artificial” à progressão na carreira. As organizações sindicais já anunciaram que não assinarão um acordo que omita as “principais reivindicações” dos professores, como a recuperação do tempo de serviço ou a abolição da necessidade de vagas para se aceder ao 5.º e 7.º escalões da carreira docente.
GOVERNO
Vagas mantêm-se
O Governo continua a manter as vagas de acesso ao 5.º e 7.º escalões. Em Janeiro, o Ministério da Educação anunciou que, ainda assim, pretende reduzir o número de professores que ficam retidos no 4.º e 6.º escalões da carreira. “Até ao final da legislatura poderemos garantir a progressão de 75% dos professores para o 5.º escalão e de 58% para o 7.º”, referiu o ministro João Costa. O ministro lembrou que as quotas para a progressão na carreira “existem em toda a administração pública”.
Conselhos de directores, nunca
PROFESSORES
No arranque das negociações, em Novembro, foi uma das grandes novidades: o Ministério da Educação propunha conselhos locais de directores para gerir a distribuição dos docentes pelas escolas que integrassem uma dada região. Passava a haver mapas interconcelhios de professores. "Temos para primeiras vinculações o concurso nacional nos termos em que o conhecemos, respeitando a graduação profissional, e teremos depois critérios para gestão mais local", esclareceu o ministro. Os sindicatos recusaram frontalmente. E mantêm que qualquer colocação tem de se sujeitar a concurso nacional.
GOVERNO
Directores terão mesmo uma palavra a dizer
Os conselhos locais de directores apresentados nas propostas iniciais mudaram de nome para conselhos de QZP, mas mantêm-se. Estes órgãos incluem os directores dos agrupamentos e escolas inseridos na área geográfica do QZP, com a responsabilidade para fazer a distribuição do serviço, inicial e resultante de necessidades temporárias que surjam no decurso do ano escolar, e elaborar os horários compostos por serviço lectivo em dois agrupamentos. “É uma das linhas vermelhas que nunca nos permitirão assinar este documento sobre concursos”, tinha dito o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira.
Os sindicatos recusam que professores de QZP prestem serviço em mais do que uma escola para ser complementado o horário.
Penalizações para professores com poucas aulas
PROFESSORES
Quando um docente do quadro tem atribuídas menos de seis horas de aulas por semana, é enquadrado no grupo dos “professores com ausência de componente lectiva”. Quando tal acontece, estes docentes estão obrigados a concorrer a todas as escolas do concelho onde estão fixados. É o que se encontra estipulado actualmente e foi defendido pelos sindicatos face à proposta do Governo de alargar o âmbito desta obrigação.
GOVERNO
Obrigação de concorrer a mais escolas
Em vez de concorrerem às escolas do concelho onde estão colocados, os professores sem componente lectiva passarão a ter de concorrer a todos os estabelecimentos escolares do Quadro de Zona Pedagógica a que pertence a sua escola de origem. Na prática tal significa que vão ter de concorrer a mais do que um concelho, aumentando assim a distância face à escola onde estão vinculados. Foi uma das seis “linhas vermelhas” apontadas pelos sindicatos como razão para a não subscrição de um acordo. O Governo manteve a versão inicial.
No novo modelo de recrutamento e de gestão dos docentes, os professores com ausência de componente lectiva passarão a ser designados como tendo “insuficiência” da mesma. O que acontecerá quando tiverem menos de oito de aulas por semana, em vez das seis actuais. Prevê-se assim que o número de professores naquela situação vá aumentar.
Inicialmente, o Governo tinha proposto que a insuficiência de componente lectiva fosse declarada a partir de menos de 12 horas de aulas por dia, um limiar que depois baixou para as oito horas. Os sindicatos mantiveram a sua oposição.
FERROVIÁRIOS
Aumentos salariais que compensem a perda de poder de compra gerada pela inflação é a principal reivindicação da generalidade dos sindicatos dos ferroviários (17 no total). Está em causa um aumento mínimo de 7,8% que, à partida, satisfaria grande parte dos sindicatos. O responsável da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans), da CGTP, refere, contudo, que, além da reposição do poder de compra, devia haver uma discussão sobre a valorização dos salários dos ferroviários para os distanciar do salário mínimo nacional, tendo em conta que muitos profissionais entraram há mais de uma década na carreira com salários superiores ao mínimo e estão agora com um salário equivalente.
Algumas classes profissionais têm reivindicações específicas relacionadas com escalas, subsídios e condições de trabalho, mas não são a matéria relevante nem decisiva para a convocação de greves.
EMPRESAS (CP e IP)
Aumentos limitados
As empresas do sector ferroviário não têm qualquer flexibilidade por parte do Ministério das Finanças para poderem oferecer aumentos superior a 5,1%, valor que foi fixado para a função pública e Sector Empresarial do Estado. Essa percentagem incide sobre a totalidade da massa salarial e não sobre os salários dos trabalhadores, o que faz com que os aumentos de rendimentos devido às progressões automáticas na carreira já sejam absorvidos por esse aumento percentual. Em termos médios, no caso da CP, os aumentos cingem-se, na prática, a 3,49%.
MÉDICOS
Segundo dados da Direcção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência, em 2020/2021, estavam a dar aulas 26.678 professores contratados, o que corresponde a cerca de 20% do total. Os sindicatos têm vindo a pedir o fim do recurso abusivo a contratos precários.
GOVERNO
11 mil novas entradas no quadro
O Governo anunciou que vai vincular quase 11 mil professores contratados, e para isso propõe um patamar mínimo de serviço prestado de 1095 dias, independentemente de terem sido consecutivos ou alternados. Com as regras em vigor, os docentes têm de ter três contratos sucessivos anuais e com horários completos para se vincularem. Se fossem estes os critérios para este ano, o número de professores a vincular-se estaria perto dos 2400.
Revisão do estatuto profissional
OFICIAIS DE JUSTIÇA
Os sindicatos dizem que da revisão do estatuto profissional (o actual, alegam, está desactualizado) é essencial para a valorização e dignificação da carreira. O actual estatuto é de 1999, está excessivamente hierarquizado e contempla conteúdos funcionais que já não se coadunam com exigências do dia-a-dia dos tribunais e serviços do Ministério Público. Carlos Almeida, presidente do Sindicatos dos Oficias de Justiça (SOJ), alega que a carreira está de tal forma desvalorizada que não se consegue captar um número suficiente de candidatos.
GOVERNO
Em processo
A ministra da Justiça, Catarina Sarmento e Castro disse em Fevereiro que a revisão do estatuto dos oficiais de justiça estaria concluída a “muito breve prazo”, apontando que irá “certamente” valorizar profissionais, formação e carreiras.
OFICIAIS DE JUSTIÇA
Os sindicatos do sector exigem que o Governo comece a negociar uma série de questões ligadas à carreira dos funcionários judiciais.
GOVERNO
Sem resposta
O Ministério da Justiça não tem dado resposta ao pedido dos sindicatos.
Preenchimento de todas as vagas
OFICIAIS DE JUSTIÇA
Segundo António Marçal, presidente do Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ), entre 1 de Janeiro e 31 de Dezembro de 2023, vão aposentar-se, por limite de idade, 248 oficiais de Justiça. Está aberto um procedimento para 200, para além dos 1200 a 1500 que já estão em falta nos tribunais. A abertura de vagas está, assim, sempre aquém das necessidades. Carlos Almeida, presidente do Sindicatos dos Oficias de Justiça (SOJ), lembra que a própria Direcção-Geral da Administração da Justiça (DGAJ) já assumiu que os tribunais não estão a funcionar de forma normal devido à falta de quadros.
GOVERNO
Sem resposta
O Governo não abriu até agora concursos que permitam satisfazer as necessidades dos tribunais.
OFICIAIS DE JUSTIÇA
A abertura de procedimento para acesso a todas as categorias cujos lugares se encontrem vagos: Escrivão Adjunto, Técnico de Justiça Adjunto, Escrivão de Direito, Técnico de Justiça Principal e Secretário de Justiça.
Os sindicatos alegam que não existem promoções há já vários anos, encontrando-se centenas ou milhares de profissionais a exercer funções que seriam de categoria superior sem a correspondente retribuição.
GOVERNO
Sem resposta
O Governo não deu qualquer resposta a este pedido.
Suplemento de recuperação
OFICIAIS DE JUSTIÇA
A inclusão no vencimento de um suplemento de recuperação processual, com efeitos a 1 de Janeiro de 2021, e o seu pagamento mensal 14 vezes por ano (uma promessa que os sindicatos dizem ter quase 25 anos). António Marçal, presidente do Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ), lembra que o vencimento de ingresso na carreira de Oficial de Justiça (854,30 euros de vencimento bruto) se situa pouco acima do valor actual do Salário Mínimo Nacional e que a maioria dos Oficiais de Justiça se encontra ainda na categoria de base, apesar de muitos já terem ingressado na carreira há mais de 20 anos.
GOVERNO
Sem resposta
O Governo não deu qualquer resposta a este pedido.
Regime especial de aposentação
OFICIAIS DE JUSTIÇA
Os sindicatos alegam que estes funcionários devem ter direito a um regime especial de aposentação. Isto porque ao longo da sua carreira têm de estar permanentemente disponíveis e não recebem horas extraordinárias.
GOVERNO
Sem resposta
O Governo não deu qualquer resposta a este pedido.