A história da Ucrânia remonta ao século IX, quando Kiev era o centro do primeiro Estado eslavo, criado pelo povo rus (origem do nome contemporâneo “Rússia”). Os rus eram originalmente comerciantes e colonos escandinavos que partiram do mar Báltico e atravessaram as florestas da Europa do Leste em direcção às terras fluviais da actual Ucrânia.
A esse grande Estado medieval os historiadores deram o nome de Rus de Kiev (ou Rússia de Kiev). Professavam o cristianismo ortodoxo, instituído em 988 por Vladimir, um príncipe da Rússia de Kiev que consolidou o reino Rus no território que corresponde actualmente à Bielorrússia, Rússia e Ucrânia e que se estende até ao Báltico. Vladimir foi baptizado por um padre bizantino de Quersoneso, na Crimeia. Putin chegou a invocar o seu nome para justificar a anexação da Crimeia.
Em meados do século XIII, os principados dos rus foram conquistados pelo Império Mongol, resultando na divisão do território entre o grão-ducado de Moscovo e o grão-ducado da Lituânia – que, mais tarde, se juntou à Polónia. Com o declínio do poder mongol, Kiev e as áreas adjacentes ficaram sob o domínio da Comunidade Polaco-Lituana.
Entre 1441 e 1783, os tártaros – grupo étnico de origem turca e religião maioritariamente muçulmana – constituíram um estado independente ao longo das margens do mar Negro, o Canato da Crimeia, uma das maiores potências da Europa oriental.