Portugal recomenda o uso de máscara em espaços públicos movimentados
O uso de máscara é recomendado em Portugal tanto em espaços abertos como fechados “sempre que não esteja garantido o distanciamento físico mínimo de dois metros”, lê-se no plano da Saúde de Outono-Inverno para o país. A recomendação foi anunciada pela Direcção-Geral da Saúde (DGS). Nos espaços públicos fechados, a utilização de máscara é obrigatória para todas as pessoas com mais de dez anos. Em Agosto, a DGS dizia que o uso de máscaras em locais públicos teria de ser “proporcional ao risco” e que deve ser uma questão de “bom senso”.
“Há espaços públicos que são frequentados por várias pessoas em simultâneo que podem ter um tratamento de um espaço público amplo e aberto, temos de ter noção do risco. Ir a uma rua movimentada de uma cidade é diferente de passear o cão às dez da noite numa rua não-movimentada. Temos de ter esse bom senso e proporcionalidade.” Graça Freitas, directora-geral da Saúde 28 de Agosto de 2020
O que deve ser tido em conta quando se analisa o uso de máscara?
Risco de exposição
Qual o nível de contágio no país e qual a exposição de cada pessoa?
Vulnerabilidade
As pessoas com mais idade ou complicações de saúde devem usar sempre máscara
Densidade populacional
Quem viva em locais sobrelotados ou locais onde seja impossível manter a distância de segurança deve usar máscara
Exequibilidade
Qual a disponibilidade e preço das máscaras? Há fácil acesso a água para lavar máscaras de tecido?
Tipos de máscara
As máscaras cirúrgicas e respiradores devem ser prioritariamente para profissionais de saúde, cuidadores e pessoas com sintomas. A OMS recomenda o uso de máscaras de tecido com várias camadas (três, no mínimo), que também funcionam como barreira para as gotículas
Transmissão por gotículas e aerossóis
Basta falar ou respirar para emitir pequenas gotículas que podem transmitir o vírus. Tossir e espirrar provocam também a emissão de secreções respiratórias, pequenas gotículas – e sabe-se que a carga viral no tracto respiratório de uma pessoa infectada é alta, daí que a possibilidade de haver “emissão de secreções contaminadas” seja também elevada. Dependendo do tamanho e do peso, essas gotículas podem ser consideradas aerossóis (gotículas <10 µm), partículas muito pequenas que pairam no ar
Em média, quantas microgotículas emitimos?
A falar um segundo, dez microgotículas
Numa conversa de dez minutos 6000 microgotículas
Tosse: 3000 gotas – podem fazer trajectórias horizontais até cerca de dois metros
Espirro: até 40.000 gotas , deixando no ar microgotículas que podem viajar até seis metros
O que devo fazer se não usar máscara na rua?
As máscaras podem dar uma sensação de falsa segurança em quem a usa, levando a que a pessoa não cumpra o distanciamento social ou a higiene das mãos por pensar que está protegido, alerta a Organização Mundial de Saúde. Por si só, as máscaras não protegem da covid-19: “As pessoas devem também lavar as mãos com frequência e manter distanciamento social de, pelo menos, um metro.” Mesmo que não seja obrigatório utilizar máscara em espaços públicos ao ar livre, há um conjunto de regras que deve sempre seguir:
Manter o distanciamento social
Lavar (com sabão) ou desinfectar as mãos com frequência
Tossir e espirrar para a dobra do cotovelo, não para a mão, e evitar tocar nos olhos, nariz e boca
E as viseiras?
As viseiras servem sobretudo para proteger os olhos e servem também de barreira a gotículas que sejam projectadas, mas são abertas em baixo e permitem que os aerossóis circulem. A DGS já tinha alertado que as viseiras não dispensam o uso de máscaras e que devem ser utilizadas com outro “método-barreira” que permita tapar a boca e o nariz. Uma simulação japonesa (usando o supercomputador Fugaku) mostrou que quase 100% das gotículas mais pequenas escapavam às viseiras
As restrições ao uso de máscaras na Europa
Transportes, comércio e na rua
Transportes e comércio
Transportes públicos
Sem uso obrigatório de máscara