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A música tradicional portuguesa tem em Buba um dos seus mais importantes porta-vozes da actualidade. Em Setembro, cabe ao fadista que também interpreta o Cante Alentejano dar início a mais uma temporada Há Fado no Cais, no CCB.
Diz-se que as raízes da nossa terra nunca nos largam – ou nós nunca as largamos – e Buba canta como se essa fosse a única verdade. É isso que vai mostrar ao seu cada vez mais alargado público, no dia 29 de Setembro, no Centro Cultural de Belém (CCB), onde vai dar o mote para o arranque de mais um Há Fado no Cais. Com apenas 21 anos de idade, o artista natural de Beja afirma-se a cada nova actuação com as suas origens, assumindo na totalidade a herança alentejana e a alma de um povo. Isto porque Buba - ou Bernardo Espinho - primeiro tornou-se conhecido pela sua interpretação do Cante Alentejano, tendo depois chegado ao Fado, linguagem onde se permite cruzar as influências que lhe correm no sangue. O seu percurso artístico é, assim, um caminho que se tem trilhado entre dois patrimónios musicais portugueses reconhecidos pela UNESCO e poucos se podem orgulhar de tecer um rumo assim.
Enquanto cantador alentejano, Buba integrou grupos como os Adiafa, A Moda Mãe, Os Bubedanas, Mestre Cante e Há Lobos Sem Ser na Serra. Foi também como intérprete desta herança da sua terra que participou como convidado especial em espectáculos de nomes maiores da música portuguesa, como Rui Veloso, Celina da Piedade, Júlio Resende ou António Zambujo. Em 2016, e assumindo já a vocação de fadista, venceu a Grande Noite do Fado de Santa Maria Maior, no Coliseu dos Recreios, em Lisboa. Desde então, a trajectória tem sido de confirmação do seu talento, o qual tem vindo a aprimorar nas várias casas de fado de Lisboa por onde tem passado, como O Faia, Casa de Linhares, Clube de Fado ou Adega Machado. A internacionalização também já se desenha, tendo o músico bejense sido convidado para inaugurar, em Londres, a segunda edição da Songlines Fado Series, da conceituada revista “Songlines”, em Janeiro deste ano.
O Fado continua a chegar ao cais
Desde 2012 que o Museu do Fado se junta ao CCB para oferecer o Há Fado no Cais. A homenagem ao fado é feita mês a mês com a voz e presença de quem faz desta música a sua forma de vida. Jovens promissores ou talentos já consagrados e ouvidos pelo mundo inteiro, todos têm um espaço e um tempo neste cais junto a Belém. Maura foi a artista que actuou no Há Fado no Cais em Junho, encerrando o ciclo de 2017/2018, no qual participaram também nomes como Aldina Duarte, Jorge Fernando, Joana Amendoeira, Gonçalo Salgueiro, Sara Correia, Pedro de Castro, Cuca Roseta, Carlos do Carmo e Joana Almeida. Depois de Buba, que inaugura o novo ciclo, estão previstas as actuações de Camané (11 e 12 de Outubro) e Gaspar Varela (24 de Novembro).
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