Arnaldo Matos
PCTP/MRPP: quando os cartazes eram uma arma
"O grande educador da classe operária" morreu nesta sexta-feira. Aqui ficam alguns exemplos da estética do PCTP-MRPP, que fizeram dos cartazes e dos murais uma arma política.
Arnaldo Matos morreu na madrugada desta sexta-feira, em Lisboa, vítima de uma crise cardíaca. Arnaldo Matias de Matos, fundador e líder do partido maoísta PCTP-MRPP, nasceu em Santa Cruz, Madeira, a 24 de Fevereiro de 1939 — estava a dois dias de fazer 80 anos, e os seus amigos e familiares tinham preparado uma homenagem para essa data. Arnaldo de Matos continuava ligado ao partido que fundou, apesar de já não desempenhar qualquer cargo.
O Presidente da República publicou uma nota no site oficial da Presidência da República na qual envia condolências à família de Arnaldo de Matos, e recorda o seu papel na história contemporânea de Portugal: "Personalidade da vida pública portuguesa conhecida pelo desassombro das suas intervenções, Arnaldo Matos ficará na memória de todos como um defensor ardente da liberdade e como um lutador pela causa da justiça social e dos mais desfavorecidos. Concordando-se ou não com as suas ideias e afirmações, a voz de Arnaldo Matos, pela sua intransigente independência, contribuiu decisivamente para enriquecer o debate democrático e para o pluralismo de opinião no seio da sociedade portuguesa. Por tudo isso, Portugal ficou mais pobre com o seu desaparecimento".
O grande educador da classe operária" optou pelo Twitter, entre outros meios, para passar a sua mensagem, onde apelou à luta armada e à revolta popular. Uma tradição de polémica que passou também pelos jornais e pelo Luta Popular, o órgão oficial do partido que viu nascer para a política nomes como Durão Barroso e Ana Gomes.