Antoine D'Agata: o fotógrafo oficial do prazer e da decadência

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Antoine D'Agata, o famoso "enfant terrible" da agência Magnum, fotografa sem qualquer filtro ou pudor. "Capta o mais profundo da alma humana: a negra cor do desejo, da dor e da dependência", refere em comunicado ao P3 a Barbado Gallery, que expõe o trabalho do fotógrafo até dia 9 de Novembro. O fotógrafo é um ávido consumidor de drogas há mais de três décadas e a sua criação artística está intimamente ligada ao seu efeito sob a percepção. "O meu método de trabalho implica atingir os mais altos níveis de prazer e de alienação e, nesse sentido, o sexo e as drogas revelam-se como ferramentas essenciais", disse em entrevista à VICE, em 2013. A sua experiência pessoal a sua fotografia fundem-se e dão origem a um produto incomum no mundo da Fotografia, aquele em que o fotógrafo não é um mero observador, mas que influi directamente sobre a realidade registada sem prescindir do ponto de vista documental. "Nunca quis aceitar uma posição de observador desligado da situação", diz Antoine D'Agata em entrevista à "On The Road Photography". "A técnica e a estética não são importantes para mim. Interessa-me apenas a essência do que está a acontecer." Considera a consciência uma inimiga da sua fotografia. "O autor fotografa com com a dualidade de quem regista e de quem é registado. O que interessa a D’Agata não é retratar um homem – ele próprio - que injecta heroína no braço; é retratar o desejo, o extâse e a inevitável agonia do seu mergulho pessoal na dependência." Dezoito fotografias de grande formato retratam "uma carreira e uma viagem interior à longa noite do desejo, da morte e das avassaladoras obsessões íntimas do autor." Mais informação sobre o autor pode ser obtida através da crónica "Uma noite longa com Antoine D’Agata", de Teresa Melo, publicada recentemente no P3.