Há 11 anos, o francês Yan Morvan deu início a uma saga que culmina no lançamento do fotolivro "Champs de Bataille", que compila imagens de 250 campos de batalha em 430 fotografias. Durante 12 anos Yan Morvan foi fotojornalista de guerra e acompanhou os conflitos no Irão-Iraque, Líbano, Irlanda do Norte, Afeganistão, Ruanda, Kosovo, entre outros. Quis afastar-se da acção, da morte e da destruição, mas não da querra, o que o obrigou a olhá-la de forma diferente, compassada, silenciosa. Os campos de batalha que fotografou não têm aparentemente acção, mas "quando se chega ao final do livro, depois de ter visto todas as paisagens, uma após a outra, consegue contar-se o número de mortos por todo o mundo em consequência da guerra", disse ao P3 em entrevista. "O sentimento é produzido a partir da compreensão de que se está perante pedaços de terra que escondem milhares de cadáveres. Isso faz com que, mesmo não parecendo, exista acção nas imagens.” O fotógrafo francês, que venceu ao longo da carreira dois prémios do World Press Photo, promete continuar esta narrativa e prevê o lançamento de um segundo volume em Março de 2017. As fotografias do livro estão actualmente em exposição no festival de fotografia de Sain-Germain. Ana Marques Maia