Dívida da Venezuela aumenta perdas da TAP para 99 milhões

Receitas da companhia de aviação caíram no ano passado, mas a factura com combustível também baixou.

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Daniel Rocha

A contabilização da dívida da Venezuela fez com que a TAP SA, a companhia de aviação do grupo privatizado à Atlantic Gateway, aumentasse para 99 milhões de euros em 2015. Sem este impacto, a empresa teria registado perdas de 7,6 milhões (uma melhoria face aos 46 milhões do período homólogo).

 Apesar de o litígio com o governo venezuelano sobre a repatriação das receitas com a venda de bilhetes se arrastar desde 2013, afectando todas as companhias com operação no país, só no ano passado a TAP contabilizou estas verbas nas suas contas. A dívida, que atingiu 91,4 milhões em 2015, até era mais elevada em 2014, mas nessa altura ainda havia a expectativa de a recuperar.

Essa possibilidade, no entanto, já é agora considerada remota pela empresa. Também existe uma dívida em Angola, num montante que rondará os 20 milhões, mas que tem vindo a ser paga gradualmente.

Num comunicado enviado às redacções esta quarta-feira, a TAP refere ainda que as receitas atingiram 2398 milhões em 2015, o que representa um ligeiro recuo face aos 2498 milhões do ano anterior, fruto da estabilização da oferta e da redução das tarifas. A companhia justifica ainda esta descida com o "agravamento da situação laboral" e com a crise económica nos seus dois principais mercados, Angola e Brasil.

Para compensar, os custos baixaram de 2341 para 2269 milhões, nomeadamente a factura com combustível (que recuou de 798 para 660 milhões em muito devido à queda no preço do petróleo). Mas a TAP também faz referência a "medidas de contenção adoptadas" para controlar as despesas.

A companhia refere ainda que a dívida desceu para 942 milhões no ano passado, valor que compara com os 1062 milhões do ano anterior, graças ao plano de capitalização iniciado pelo novo accionista.

Os resultados hoje anunciados são os primeiros da TAP sob controlo da Atlantic Gateway, detida por Humberto Pedrosa e David Neeleman e que actualmente tem uma participação de 61% no grupo. O contrato que fará com que o Estado recupere 50% ainda não foi assinado. Falta também conhecer as contas agregadas do grupo TAP, que inclui outras empresas como as Lojas Francas e a M&E Brasil (ex-VEM).

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