Dona do Terra Nostra investe sete milhões para ter leite de “vacas felizes”

Cerca de 500 produtores da Bel terão de respeitar centenas de normas e passar nas auditorias que certificam a qualidade da produção nos Açores, onde as vacas pastam ao ar livre.

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A multinacional tem três fábricas em Portugal, duas nos Açores e uma em Vale de Cambra Rui Soares

Ana Cláudia Sá, directora-geral da Bel (que também detém o queijo Limiano), descreve o projecto como uma “verdadeira viragem histórica”. “O leite dos Açores é baseado numa pastagem natural única, que só existe num sítio, aqui. É um leite diferente, não é baseado em rações, está isento de poluição”, disse em Ponta Delgada, durante uma apresentação à imprensa.

A melhor matéria-prima será distinguida com o selo “leite de vacas felizes” que, a longo prazo, poderá ser visível nos produtos comercializados pela Bel (queijo, manteiga e leite UHT).

“Vivemos do turismo e da nossa naturalidade e a produção de leite deve respeitar isso”, disse Eduardo Vasconcelos, director de recolha de leite, acrescentando que o programa se baseia nas melhores boas práticas e implica investimento por parte dos produtores em infra-estruturas.

Quem não cumprir as regras mínimas deixará de fornecer leite à multinacional, que quer estimular a pastagem natural. Nos Açores, as vacas são mantidas ao ar livre e alimentam-se, sobretudo, de forragem. E é essa características que a Bel quer estimular e reforçar. O objectivo é ter 20% dos produtores certificados em três anos.

A multinacional tem três fábricas em Portugal, duas nos Açores e uma em Vale de Cambra, e prevê investir mais de dez milhões de euros. No mercado total de queijo, tem uma quota de 19% com as marcas Limiano, Terra Nostra, A Vaca que Ri e Mini Babybel.

O ano passado facturou 130 milhões de euros, mais 7% do que em 2013. Os lucros situaram-se nos 4,2 milhões de euros.

Em termos mundiais, a Bel é a terceira maior empresa de queijo e emprega mais de 10.600 pessoas (500 em Portugal).

O PÚBLICO viajou a convite da Bel Portugal

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