"Precisamos de líderes que dêem significado ao nosso trabalho"
As empresas tentam agradar aos clientes, quando deveriam compreendê-los, diz Alain de Botton. Não precisamos de abolir o capitalismo, mas temos de o transformar.
Alain de Botton é alguém fácil de entrevistar. A cada cinco frases, este prolífico filósofo e autor, com nacionalidade britânica e suíça, debita uma ideia que é um potencial título de jornal, uma frase que obriga a parar para pensar, mesmo que depois se discorde. Aos 46 anos, tem 12 livros publicados, sobre temas tão diversos como sexo, religião (em 2012, defendeu um templo para ateus), liderança, a felicidade, o trabalho ou a vida num aeroporto (em 2011, publicou por encomenda da BAA, então dona do aeroporto de Heathrow, que serve Londres, o livro Uma Semana no Aeroporto, cujo primeiro capítulo pode ler aqui). Está no Porto, onde hoje à tarde é um dos oradores da Grande Conferência da Porto Business School, na Casa da Música, ao lado de Kevin Roberts (CEO da Saatchi &Saatchi) e Frans Johansson (autor do sucesso de vendas The Medici Effect, 2004). Falará para uma plateia esgotada, com mil pessoas, sobre o poder do pensamento e novos modelos de aprendizagem. Numa entrevista que começou por email e acabou ao telefone, diz ao PÚBLICO que o mundo precisa da força e da criatividade do capitalismo para transformar o consumo e criar uma economia em versão melhorada.
Até à crise global de 2008, o pensamento económico assentava numa ideia básica que era a de que os mercados funcionam. Porém, pequenas más decisões microeconómicas deram origem a grandes problemas macroeconómicos. Vê mudanças na gestão desde então?
O que vemos é um questionamento constante do capitalismo, mas as velhas certezas da esquerda não ganharam novo fôlego com a crise. Ao mesmo tempo, a confiança da direita saiu seriamente abalada. Por isso atravessamos um período de dúvida. Muitos pensadores dizem que as economias não vão crescer eternamente; que precisamos de menos negócios, porque estamos a destruir o planeta, e que o culpado é esse capitalismo, que pilha a Terra para produzir grandes quantidades de bens materiais, de muitos dos quais nem precisamos e que só compramos por causa da impiedosa publicidade. A conclusão, dizem, é que precisamos de refrear o consumismo.
E não é assim?
Eu compreendo que a mensagem se tenha espalhado com facilidade. Mas talvez a mensagem importante seja outra: um futuro melhor não depende de haver menos consumismo, mas sim de o alargarmos radicalmente!
Para onde?
Num estado perfeito, o capitalismo satisfaz todas as necessidades humanas da forma mais eficaz e eficiente possível. E isso não está a acontecer. Apesar de todas as fábricas, do betão, das auto-estradas, a economia continua pequena e subdesenvolvida. Nos últimos dois séculos, nas nações ricas, o capitalismo supriu necessidades materiais na base da pirâmide de Maslow: saneamento, abrigo, comida e cuidados de saúde. As empresas rentáveis foram as dos combustíveis e energia, construção, retalho, agricultura, farmacêuticas, electrónica, telecomunicações, seguros e banca.
Há uma versão melhor do capitalismo no topo da pirâmide?
Até o mais desatento perceberá as potencialidades que aí estão. O crescimento dos negócios e da economia estão nessas outras necessidades que se situam em patamares mais elevados e que continuam insatisfeitas.
Por exemplo...
O amor, o sentimento de pertença, a auto-estima, a formação contínua.
Os capitalistas andam desatentos?
As empresas estão pelo menos semiconscientes desta realidade e a prova disso é a publicidade. As mensagens dirigem-se sempre às necessidades mais elevadas, mesmo quando nos pretendem levar a comprar coisas para as necessidades básicas. Prometem-nos amizade e acabamos com um todo-o-terreno na garagem. A publicidade trabalha com todas as fantasias certas, o problema é que ainda não tem produtos que a acompanhe. E isso parece-me o caminho para onde o capitalismo pode e deve crescer, de modo a satisfazer de facto as nossas necessidades mais elevadas.
Portanto, boas ideias de negócios vão dar essa resposta?
Sim, o futuro do capitalismo passa por identificarmos o que, hoje em dia, é mal compreendido ou negligenciado. Precisamos de ajuda para formar comunidades coesas, para educar as crianças, para nos acalmarmos nos momentos-chave. Necessitamos de alguém que nos ajude a descobrir os nossos reais talentos – tudo isto faria mais diferença nas nossas vidas do que mais um serviço de entrega de pizzas. Temos desejos estéticos por cumprir. Queremos centros urbanos elegantes, ruas bonitas – tudo isto é escasso e, por isso, é tão caro morarmos em locais assim.
E porque ainda não tratámos disso?
Simplesmente aceitámos a ideia, sem nos questionarmos, de que não podemos fazer nada para resolver essas questões. Mas criar negócios em torno dessas necessidades seria o equivalente comercial à descoberta da lâmpada eléctrica ou da máquina a vapor.
É difícil antever, nessa linha de raciocínio, como serão os negócios do futuro...
Tal como era difícil em 1975 descrever a essência do que é hoje o Facebook ou o Google. Mas sabemos a direcção que precisamos de tomar: necessitamos da força e da criatividade do capitalismo para resolver os maiores e mais profundos problemas da vida. O problema é que gastamos recursos em coisas irrelevantes. Consumimos para reduzir ou desviar a ansiedade, ou à procura de uma vã sensação de estatuto ou pertença. Pelo contrário, se nos centrarmos no que é relevante, o materialismo será refinado e controlado; o trabalho ganharia significado, os lucros seriam honrados. Isto é o futuro ideal do capitalismo.
Desde Milton Friedman que se diz que uma empresa deve maximizar o retorno aos accionistas e que responsabilidade social é aumentar o lucro. É isto que muda?
Há um sentimento antinegócios espalhado pelo mundo. Hoje desconfiamos das grandes empresas e duvidamos da justeza dos lucros. Como noutros grandes desafios da humanidade – cidades, governo, a economia, a família –, não podemos simplesmente abolir o que nos causa problema. Temos de querer melhorá-las. Queremos cidades mais bonitas. Governos melhores. Famílias mais tranquilas. Não vamos abolir os negócios – vamos garantir que servem os nossos interesses de longo prazo. O comércio não tem de ser mau. Temos é de fazer negócios com base noutros princípios.
Quais, por exemplo?
Faz o teu lucro com as necessidades e não com desejos. Capitalismo de sucesso requer educação e não instinto. A função da publicidade é a de manter visíveis as nossas verdadeiras necessidades. Nos bons negócios, um emprego serve as necessidades dos outros... Identifico 12 princípios.
Explique aquele relacionado com a educação.
Quanto mais educada uma sociedade, melhores os negócios. Há um paralelo com a democracia, que funciona melhor com um eleitorado educado. O capitalismo presume que, no longo prazo, quem manda no negócio é a procura. No bom capitalismo, exige-se que o negócio se centre no que realmente precisamos nas nossas vidas e no valor dos bens face às reais necessidades. Por isso, na boa economia, deveríamos dirigir a atenção não apenas para os shoppings e instituições financeiras, mas também para as escolas, universidades e os media. Em última análise, uma economia reflecte a educação dos consumidores. Diz-se que se detesta o consumismo. Na maior parte dos casos, não é o consumo, mas o que se consome. A educação transforma as preferências.
Mas o que é que precisamos de mudar para atingir essa economia ideal?
A economia actual é criticada por diversos aspectos: ambiental, político, as questões laborais. De uma maneira ou de outra, o capitalismo consumista é objecto das mais diversas críticas. Para mim, prende-se com as necessidades que a economia serve. Vivemos num mundo em que temos demasiado de tudo. Diz-se que a razão por que a economia não cresce é porque está tudo inventado, as lojas têm tudo para vender a todos. Não acredito. Acredito que o ser humano não está satisfeito, apesar de todas as coisas que a indústria moderna lhe propõe e vende. Estou a pensar numa economia mais psicológica.
Isso é abstracto. As empresas podem vender psicologia?
Não sou capaz de dizer que uma empresa deveria começar a produzir isto ou aquilo. O meu ponto é frisar que a economia está focada nas necessidades mais básicas, aquelas na base da pirâmide de Maslow, e que o caminho para uma economia ideal é preocupar-se com as outras.
“Vocês estão a fazer tudo mal” – é isso que vai dizer aos mil homens e mulheres de negócio, executivos e gestores que vão ouvi-lo nesta conferência, no Porto?
Não. Ouço muitos gestores a queixarem-se de que a relação entre as empresas e os clientes é superficial. Frequentemente, as empresas querem agradar aos clientes, quando deveriam tentar compreendê-los. É um desafio antigo e é sobre isso que vou querer falar.
Então a economia ideal chegará quando as empresas tiverem compreendido os clientes?
É uma questão cultural.
Quem teremos de educar para tratar dessa questão, os gestores ou os trabalhadores?
Sempre que existe um fosso, é necessária muita humildade e simpatia para começarmos a resolver o problema. É muito difícil gerir uma empresa e eu tenho muito respeito por quem o consegue fazer com sucesso e bons resultados. O ser humano é complicado. As pessoas não se compreendem, não comunicam convenientemente, desconfiam umas das outras. O primeiro grande passo é reconhecer adequadamente que a gestão interna de uma empresa envolve sobretudo a psicologia humana. A maior parte das empresas tem os seus departamentos de recursos humanos, e eu trabalho com muitos deles e vejo que, regra geral, não são muito ambiciosos. Limitam-se a despedir, a contratar e a dizer-nos quando é que vamos de férias. Deveriam ocupar-se mais de uma questão central para as organizações que é a de ajudar a perceber como é que poderemos trabalhar melhor em conjunto, tendo em conta que o ser humano é tão complicado.
Não sabemos gerir o talento?
As empresas estão cheias de quantidades trágicas de talento desperdiçado, de energia e conhecimento mal aproveitado. Numa economia ideal mudaremos isso.
Mas como?
Não há uma resposta clara e única. A resposta geral é a de que temos de perceber que não podemos comprometer esse talento com a nossa impaciência, os nossos comportamentos rígidos e tradições, ou rotinas, que já não satisfazem os objectivos colectivos.
Qualquer gestor vive hoje rodeado de uma constante incerteza. Como é que os gestores podem ser mais pacientes, quando não sabem o que os espera amanhã?
Quando sentimos medo, a primeira reacção é pensarmos que não nos podemos dar ao luxo de fazer certas coisas, andar de táxi, um bom almoço, de conversarmos uns com os outros. Na verdade, nessas situações começamos sempre por cortar no que é mais importante. Nas empresas não se discute sentimentos, porque se acha que sentimentos são para miúdas adolescentes e não para gente séria. Somos capazes de estar três horas a discutir os sistemas de informação, mas incapazes de falar do nosso casamento e o seu impacto no nosso negócio, porque consideramos essa ideia ridícula. Temos de facto uma ideia pouco saudável sobre o que é um assunto sério e o que não é.
E para si quais são os assuntos sérios?
A área em que me sinto mais interessado é a de perceber como pode a psicologia humana ajudar a melhorar o desempenho num negócio. Parece-me óbvio que ninguém pode ser um bom líder se não tiver competências técnicas, conhecer a indústria e o mercado, as ferramentas da gestão. Mas depois, além de dominar o Excel, precisa de ter outras competências, as soft skills, e que, pelo que vejo, continuam por explorar.
Mas estão cada vez mais presentes nos currículos dos cursos de Gestão e de formação de executivos...
A minha experiência é a de que continuam a ser subestimadas. Cria-se um módulo sobre um tema, como por exemplo trabalho de equipa, durante o qual passam três ideias. Não chega. É como se dissessem a alguém que quer ser romancista: “Olha, alguém já escreveu a grande novela romântica há uns anos. Não precisamos que escrevam outra.” Eu discordo. Estes são os assuntos a que precisamos de voltar constantemente. Só alguém muito optimista poderia dizer que os escritórios em todo o mundo estão a funcionar com a inteligência psicológica na sua capacidade máxima. Há ainda demasiadas ausências.
Estamos todos ocupados a olhar para a frente e esquecemo-nos talvez de olhar para trás, para soluções que já alguém inventou e que desconhecemos, porque a nossa memória não dá para mais?
É sempre arriscado perdermos aquele olhar que coloca as coisas em perspectiva. O passado tem muito a ensinar-nos, tal como outras culturas e outras experiências, seja no desenvolvimento de produtos, seja noutra tarefa qualquer. Quantas vezes ouvimos dizer nas nossas empresas que leram um livro de História, ou foram a uma galeria de arte, ou algo do género? Há empresas que já se preocupam com isto, que percebem que muitas vezes uma boa ideia é uma mistura de um novo problema com uma velha solução para a qual ninguém olhou e que se ignorou durante muito tempo.
Fundou um projecto, a School of Life, que trabalha com gente muito diversa, incluindo empresários. Que tipo de problemas é que estes lhe colocam mais frequentemente?
É frequente perguntarem-me como é que a empresa pode estar à altura da publicidade. A mensagem diz que têm um negócio atraente, cool e sexy e eles querem saber como é que podem garantir que isso é mesmo verdade ou transformar isso em realidade.
E que resposta tem para eles?
Trabalhámos, por exemplo, com uma empresa que detém um cartão de crédito, cuja promessa era a de que a vida financeira seria mais fácil com aquele cartão. Perguntámos aos responsáveis o que é que na realidade eles estavam a fazer e, pelas respostas, chegámos à conclusão de que nada no seu serviço estava alinhado com o que a publicidade prometia. Os anúncios transmitiam uma história linda, que despertava uma resposta emocional, mas que não tinha qualquer ligação com a realidade. E o que decidimos fazer com essa empresa foi reduzir o fosso entre a publicidade e a realidade.
Como? Reduziram a promessa na mensagem publicitária?
Não! Tentámos abordar a questão ao contrário. Em vez de tornarmos a publicidade mais modesta, tentámos melhorar o serviço que a empresa prestava. A publicidade actua no terreno de algumas das nossas necessidades mais elevadas – a segurança, a amizade, a ligação com os outros. Se a realidade não satisfaz essas necessidades, então o negócio não contribui para uma economia ideal.
Também diz que o capitalismo ainda não satisfaz as necessidades boas. Como se define o que é bom? No mundo ocidental ainda há necessidades boas por satisfazer?
Sim e algumas muito importantes. Não conheço as estatísticas portuguesas e por isso recorro às do Reino Unido, onde as principais razões de perturbação social, de problemas financeiros e no sistema de saúde ou na saúde das pessoas são consequências de más relações, problemas nas famílias, violência doméstica, má comunicação entre pessoas. Cerca de metade dos nossos problemas domésticos, dizem as estatísticas, têm origem nesse tipo de questões e têm depois outros efeitos secundários negativos, como comportamentos adictivos, drogas, problemas psicológicos, álcool, etc. A solidão é outro grande problema destas sociedades. Tudo isto são questões com que o mundo das empresas se deveria ocupar. O que vemos, de facto, é que estas continuam a trabalhar o mundo da fantasia, que povoa os anúncios publicitários. A pergunta que nos devemos fazer é se estamos felizes em todas as áreas. Será que tudo o que queremos está à venda? A resposta é não. Imagine as pessoas que dizem a si próprias: “Eu sei que tenho talento para algo, mas não sei o que fazer com isso.” Elas não podem ir a uma loja resolver esse problema. Pelo menos por agora. Porque há 12 anos também não era possível juntar um grupo de estranhos para se discutir um artigo que acabara de ser publicado e, pouco depois, surgiu o Facebook. O que quero dizer é que este capitalismo consumista ainda tem um longo caminho a percorrer.
E serão as empresas a descobrir esse caminho ou terão de ser os consumidores a exigir que elas o façam?
Julgo que os dois lados irão influenciar o mundo dos negócios. O capitalismo começa com pessoas a vender coisas muito básicas, como baldes, porque alguém não conseguia transportar água. A partir desse estádio, os objectos que passámos a vender uns aos outros começaram a ser cada vez mais complexos até chegarmos ao estádio actual, com inteligência artificial e esse tipo de coisas. Mas não chegámos ao fim. Há uma oportunidade de negócio em cada coisa que nos causa desconforto, que não nos faz feliz. O que é admirável no nosso tempo é o desespero que se institucionalizou nas nossas vidas, que passou a fazer parte do nosso dia-a-dia, porque não podemos ter mais carros ou mais frigoríficos.
Na esfera política, o mundo procura líderes democráticos. E nas empresas?
No mundo empresarial não é possível ter líderes democráticos – nem é desejável sequer. Do que precisamos é de boa liderança.
E o que é boa liderança? O que é que ela nos dá?
A boa liderança dá significado e sentido ao trabalho. É difícil motivar pessoas a trabalharem muito e a darem o seu melhor. É um problema central das empresas, da economia. A teoria dominante é a de que se motiva pelo salário e incentivos. E que é através de salários mais elevados que se adquire o talento. Depois há muitas teorias sobre como aumentar a motivação: um escritório com muita luz ajuda; uma mesa de pingue-pongue na empresa também; um dia de pizza gratuita igualmente. Mas, apesar de todas as experiências, o que vemos é que as empresas continuam a debater-se com problemas graves de motivação. E, no entanto, há exemplos que contrariam tudo o que fazemos nas empresas. Um membro do exército ganha pouco e faz coisas extraordinárias – até morrer. No mundo de hoje é possível pagar um salário anual de 18 mil libras para alguém morrer por nós. Mas na empresa ao lado temos trabalhadores desmotivados que recebem 22 mil libras/ano para preencher formulários. O que é que isso nos diz? Que a intensidade da motivação está ligada à nossa convicção de que o que fazemos tem grande valor. Não é somente pelo dinheiro. É pelo significado do que fazemos. Precisamos de líderes que dêem significado ao nosso trabalho.
Isso é romantismo?
Nos transportes ferroviários da Suíça, um país que está bastante dividido na geografia, no social e no cultural, apostou-se numa ideia: a da integração. Num sentido prático, cada trabalhador sente que o seu contributo, por mais pequeno que seja, tem de servir para manter os horários alinhados com o dos autocarros e barcos. Em cima disso, há uma ambição política: um país que se vê como uma entidade colectiva, com vidas ligadas entre si e um sistema de transportes civilizado, universal e igualitário que dá expressão real à boa economia de que falava. O dinheiro e outras questões práticas são importantes. Mas ninguém quer ir trabalhar e ganhar dinheiro para sobreviver. O que dá motivação é a noção de que contribuímos para algo que valorizamos. É aí que podemos ver a forma que o capitalismo pode ter no futuro: na economia ideal, todas as empresas estarão focadas nas nossas verdadeiras necessidades. Será um mundo onde aprenderemos a distinguir melhor essas necessidades reais e a como fazer dinheiro com o bem – e a tornar esse bem visível para os trabalhadores e para todo o mundo. De modo a que cada um de nós trabalhe pelo dinheiro, mas, ao mesmo tempo e no mesmo nível de importância, pela vontade de ver que estamos a trabalhar para um mundo melhor.