A Alemanha tremeu menos nos penáltis e eliminou a Itália

Partida terminou empatada 1-1 e o prolongamento não desfez a igualdade.

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Mehdi FEDOUACH/AFP

Houve dramatismo até ao último instante no jogo que qualificou a Alemanha para as meias-finais do Euro 2016. Frente à Itália, os alemães estiveram em vantagem no marcador mas deixaram-na escapar. O prolongamento não desfez a igualdade e só se encontrou o vencedor num desempate por penáltis que prolongou por largos minutos a agonia e os nervos dos jogadores de ambas as equipas. Foram necessárias nove grandes penalidades para cada lado (os italianos falharam quatro, os alemães três) até que a “Mannschaft” conseguisse garantir a terceira meia-final consecutiva no Campeonato da Europa.

Em 2012, a Itália tinha sido o carrasco dos alemães nessa fase do torneio, mas a equipa de Joachim Löw obteve a desforra e escreveu uma história diferente. O seleccionador alemão optou por um esquema com três defesas (Höwedes, Boateng e Hummels), replicando quase simetricamente o alinhamento dos italianos, e a primeira parte deste duelo transformou-se numa espécie de batalha táctica

Com a bola muito disputada a meio-campo e sem que uma das equipas conseguisse superiorizar-se à outra, as oportunidades de golo não abundaram e só perto do intervalo se viram situações de relativo perigo. Buffon – que cumpriu o jogo 160 pela “squadra azzurra” – segurou sem dificuldades um remate de Müller (42’) e, na resposta, Neuer desviou o cruzamento de Giaccherini e depois viu a recarga de Sturaro ser desviada por um defesa e sair para canto. Schweinsteiger, lançado logo aos 16’ para o lugar do lesionado Khedira, chegou a introduzir a bola na baliza italiana, mas o lance seria anulado por falta do alemão sobre De Sciglio.

A Alemanha tornou-se cada vez mais perigosa na segunda parte e foi encostando a Itália à defesa. Com unhas e dentes, a equipa de Antonio Conte defendia a sua baliza: Florenzi, com um desvio acrobático, fez o corte providencial que evitou o golo de Müller (54’). Mas, alguns minutos mais tarde, não havia nada a fazer para evitar o golo alemão. Tudo começou num lançamento longo de Neuer, com Gomez a trabalhar bem na esquerda e, com um passe magistral, a encontrar Hector: o cruzamento deste sofreu um desvio num defesa e foi parar aos pés de Özil, que atirou para o fundo da baliza, sem hipóteses para Buffon.

O segundo golo esteve à vista pouco depois e quase surgia num autogolo. Özil encontrou Gomez em excelente posição e o avançado alemão, de costas para a baliza, tentou finalizar de calcanhar. Mas Chiellini surgiu a fazer o corte na direcção da própria baliza, valendo uma defesa monumental de Buffon.

Era o toque de despertar que a Itália precisava. Como que renascida das cinzas, a “squadra azzurra” desatou a lutar como ainda não tinha feito. Pellè fez o primeiro aviso, com a bola a passar perto da baliza de Neuer, e depois Bonucci marcou o 1-1, num penálti a castigar mão de Boateng. O defesa errou inacreditavelmente, ao saltar para a bola com os dois braços abertos, e ofereceu a igualdade aos italianos.

O golpe galvanizou a Itália e abalou a Alemanha, mas o prolongamento tornou-se inevitável. No tempo extra, o medo de errar sobrepôs-se à vontade de resolver e as situações de golo escassearam. E nos penáltis o nervosismo de parte a parte tornou-se evidente: Zaza e Pellè falharam clamorosamente – o primeiro, lançado propositadamente por Conte, atirou por cima e o segundo atirou fraco e ao lado — e depois Bonucci não foi capaz de repetir o que tinha feito durante a partida. Com o falhanço de Darmian, ficou tudo nos pés de Hector. E o alemão não desperdiçou.

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