Não deve ser por causa do tamanho das camas que a equipa de basquetebol dos Estados Unidos preferiu não ficar alojada na aldeia olímpica. Enquanto outras selecções que também vão competir no torneio olímpico de basquetebol pernoitam nas habitações que a organização do Rio 2016 disponibilizou aos atletas e que já tanta polémica causaram, as estrelas do basquetebol norte-americano optaram por um luxuoso cruzeiro, fundeado nas águas da Baía Guanabara.

Até ao dia 21 de Agosto, Carmelo Anthony, Kevin Durante, Kyrie Irving e outras estrelas da NBA ficarão hospedados no Silver Cloud, um cruzeiro de luxo, propriedade da companhia italiana Silversea. O navio possui 196 camarotes, com os preços a variarem entre os 11.600 e os 16.100 euros por semana. A zona em que está atracado tem vigilância permanente por cerca de 250 polícias. Dois patrulheiros da Polícia Federal asseguram que nenhuma outra embarcação se aproxima do luxuoso cruzeiro.

Os responsáveis da equipa norte-americana de basquetebol – que vai tentar conquistar a sua terceira medalha de ouro consecutiva – justificou a opção com o facto de se tratar da forma mais adequada para garantir a segurança dos jogadores. Além disso, consideram que esta solução evitará que os atletas sejam permanentemente incomodados por adeptos que pretendem autógrafos ou interpelados por outros desportistas ou jornalistas.

A “casa” da selecção norte-americana de basquetebol já deu origem a diversos comentários sarcásticos por parte de outros atletas que competem na NBA e que, não sendo norte-americanos, estão alojados na aldeia olímpica. Um dos mais activos foi o australiano Andrew Bogut, pívot dos Dallas Mavericks, que publicou uma fotografia sua em que se via a coser uma cortina de banho do seu quarto na aldeia olímpica.

A comitiva norte-americana presente no Rio 2016 e que está alojada na aldeia olímpica é composta por mais de 500 atletas, treinadores e ainda elementos de apoio. Ao contrário de outras delegações, não há qualquer bandeira colocada nas varandas dos alojamentos que ocupam, ao contrário do que sucede com a maioria das restantes comitivas. Trata-se de uma opção tomada por razões de segurança e que resultou de conversas com o comité organizador.

Esta não é a primeira vez que os craques do basquetebol norte-americano preferem o luxo dos hotéis de cinco estrelas aos quartos mais espartanos da aldeia olímpica. Desde 1992 que o “dream team” norte-americano, formado pelos jogadores que competem na milionária Liga Norte-americana de Basquetebol profissional (NBA), preferem esta opção. A última vez que a escolha tinha recaído num cruzeiro foi em Atenas 2004.