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Um ano de Rivoli, e há um Porto que não é o mesmo

Este sábado, o Rivoli celebra o 84.º aniversário. Mas é como se fosse o primeiro. Há um circuito de artes performativas que ficou efervescente com o reactivar do Teatro Municipal do Porto, e uma cidade que ainda se está a tentar adaptar – mas que quer continuar a festa.

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Há precisamente um ano, quando o Teatro Municipal do Porto (TMP) entrava em plena actividade, era difícil imaginar que hoje se tornaria comum encontrar pessoas na rua com uma tote bag TMP ao ombro.

É uma imagem simbólica, e por si só não é suficiente para contar esta história, mas acaba por testemunhar o impacto que o renascido TMP tem tido na vida cultural do Porto com os seus dois pólos, Rivoli e Campo Alegre, em particular no panorama das artes performativas. Sendo o Rivoli a personagem principal de toda esta história.

Se quisermos ir directos ao assunto, há outras imagens. Semana após semana, as concentrações de público à porta do Rivoli antes dos espectáculos, um clima de efervescência que parece tornar cada estreia num acontecimento; as salas bem compostas – em 2015 registou-se uma taxa média de ocupação de 80%; o encontro (e reencontro) de uma comunidade de espectadores, criadores e agentes culturais, sobretudo ligados à dança – e com a presença mais assídua de pessoas (principalmente artistas) de Lisboa e de outras cidades como Braga e Guimarães, na condição de espectadores; o auditório principal que se enche de cidadãos anónimos e criadores para as apresentações públicas da programação, organizadas, também elas, como uma festa, um acontecimento.

2015 foi um ano particularmente hiperactivo no circuito de teatro e dança do Porto, e isso deveu-se em grande parte à actividade imparável do TMP. O cenário mudou. Uma das transformações mais significativas foi o arranque de uma programação regular, nacional e internacional, de dança, a área que mais ficou debilitada com a transição, em 2007, do Rivoli de Isabel Alves Costa para Filipe La Féria, e que o TMP reergueu.

A entrada em jogo do teatro municipal deu mais diversidade e músculo ao circuito, recolocando o Porto na rota dos espectáculos internacionais (Serralves estava praticamente sozinho nesse departamento), o que foi determinante para alterar a relação de forças Porto-Lisboa, agora mais equilibrada. O cenário mudou, dizíamos. Mas nada disto seria o mesmo se os outros não continuassem aqui (São João, Serralves, mala voadora, Teatro do Bolhão, agora Palácio do Bolhão, entre várias companhias e estruturas independentes).

Por tudo isto, o 84.º aniversário do Rivoli, assinalado este sábado, é como se fosse o primeiro. O programa das festas – em modo non-stop, das 11h às 5h – funciona como um resumo dos principais eixos de programação do TMP. Destaque para Ha!, da coreógrafa marroquina Bouchra Ouizguen, Partituur, um jogo para crianças da coreógrafa croata Ivana Müller, um programa de curtas da Casa da Animação, um concerto dos HHY & The Macumbas no Understage (o sub-palco do grande auditório), e, para rematar, uma festa no Passos Manuel com os Disco My Ass.

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O 84.º aniversário do Rivoli, assinalado este sábado, é como se fosse o primeiro. O programa das festas — em modo non-stop, das 11h às 5h — funciona como um resumo dos principais eixos de programação do TMP Ricardo Castelo\NFACTOS

É a entrada oficial do Rivoli em 2016, e a altura certa para perceber porque é que 2015 lhe correu tão bem – e tão rápido. “O estrondoso sucesso do primeiro ano é explicado também pela necessidade genuína que os cidadãos do Porto e arredores tinham de recuperar o teatro público”, considera Carlos Costa, co-director artístico da companhia Visões Úteis, recordando “a enchente” registada na primeira apresentação da programação, em Janeiro do ano passado. “[O TMP] passou rapidamente para o colectivo. Acho que as pessoas sentiram logo este projecto como delas”, nota o director artístico, Tiago Guedes.

Essa cumplicidade resulta também da conjuntura política em que o Rivoli renasceu. Logo na campanha eleitoral, Rui Moreira demarcou-se da política cultural (ou ausência dela) do executivo de Rui Rio, impondo como um dos seus objectivos primários recuperar o Teatro Municipal, coadjuvado pelo vereador da Cultura, Paulo Cunha e Silva (1962-2015). Meses depois de entrar em funções, cumpriu a promessa.

Isso permitiu gerar uma relação de confiança com uma certa comunidade mais conectada às artes. “O Rivoli pôs fim à não-legitimação da cultura como bem público e isso foi um grande passo civilizacional”, assinala Carlos Costa. Nos anos de Rui Rio, a criação artística foi subsistindo, só que bem mais subterraneamente e sem apoios. Aquilo a que se assiste hoje é a uma mudança estrutural, a uma relação benigna entre a autarquia e os artistas, a uma dinâmica de programação e produção frequente.

É preciso levar em conta, como factor de sucesso do TMP e veículo facilitador na mobilização de públicos, o emergir da cultura num circuito público, mais visível e articulado – a Câmara assume a cultura como determinante para o marketing e para o saneamento básico da cidade –, bem como o contexto actual do Porto, um contexto propício. Há um ambiente de movimento e euforia concentrado na Baixa, em que tudo parece um acontecimento, sendo notória a maior vontade das pessoas em sair à rua, em fazer parte das novidades.

Também as estreias no Rivoli adquiriram esse carácter de acontecimento, trabalhado por uma comunicação intensa que tenta criar pequenos hypes. O que não seria possível se o Rivoli não fosse um teatro de micro-carreiras, com apresentações de um ou dois dias. “Somos um teatro de acontecimentos, de alta rotação, do agora ou nunca”, diz Tiago Guedes, assinalando que isso evita a colisão com instituições como o Teatro Nacional São João (TNSJ), onde muitos dos espectáculos ficam em cena durante uma ou duas semanas.

E convém relembrar o dínamo que era Paulo Cunha e Silva. A sua página de Facebook era uma espécie de agenda, em permanente actualização, do que estava a acontecer na cidade. O seu empenhado activismo cultural e a sua postura mais informal do que institucional aliviavam um pouco o peso e a solenidade que normalmente se associam ao poder político, contribuindo para a aproximação dos públicos.

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Porto-Lisboa
Não se pode isolar o êxito do primeiro ano do TMP destes vários contextos e estratégias, mas a programação também entra nesta equação – e ela conta neste segundo ano com um orçamento reforçado, de 900 mil euros contra os 830 mil de 2015. É uma programação transversal (integra dança, teatro, cinema, música, formação) e ancorada na cidade, investindo, no caso das artes performativas, na apresentação regular de companhias e artistas locais (35 co-produções em 2015), mas sem sacrificar uma perspectiva nacional e internacional (e houve momentos altos, como Matadouro, de Marcelo Evelin, ou The Dog Days Are Over, de Jan Martens).

Para 2016, as escolhas de Tiago Guedes estão mais fortes e pertinentes. Teatro questionador e fora dos cânones (Sobre o Conceito do Rosto no Filho de Deus, de Romeo Castelucci), o novo festival DDD – Dias da Dança, um incremento da programação internacional, e a aposta louvável em mostrar criadores que contrariam as visões ocidentais dominantes e uma abordagem binária das questões de género (o dramaturgo iraniano Amir Reza Koohestani e a coreógrafa filipina Eisa Jocson, por exemplo).

“Tenho sentido um interesse maior em Lisboa pela programação de artes performativas do Porto”, afirma Miguel Pereira, coreógrafo ligado à estrutura Rumo do Fumo, um dos exemplos de artistas sedeados na capital que têm vindo com mais regularidade ao Porto para ver espectáculos no Rivoli (e não só). “Há qualquer coisa de comum com o Porto 2001, uma certa excitação, mas acredito que esta dinâmica não será uma coisa momentânea."

Para Mark Deputter, director do Maria Matos Teatro Municipal, este maior equilíbrio na dinâmica Porto-Lisboa “só traz vantagens”. “Contribui para o enriquecimento cultural do país”, declara. Para o Maria Matos, “o Rivoli é um parceiro privilegiado porque tem um bom orçamento e metas em comum”, diz Deputter. “Conseguimos fazer mais co-produções de artistas portugueses, partilhar custos nos espectáculos internacionais, comunicar com o serviço educativo e ter mais imprensa e divulgação.”

Comparando com os teatros municipais de Lisboa – cuja acção também é definida pela autarquia mas com uma relação mediada por uma empresa municipal, a EGEAC –, nota-se uma ligação mais forte entre a Câmara do Porto e o TMP, o que se materializa, por exemplo, numa capacidade de difusão mais impactante e alargada. Para Mark Deputter, há de facto “uma divulgação muito mais forte” no Porto, que tem também a ver com “a própria nascença do projecto”, mas será “uma questão de tempo até se tornar mais normal, como era no tempo da Isabel [Alves Costa]”.

“Há muitos modelos de teatros municipais no país", afirma Tiago Guedes, para quem não haver intermediários, como a EGEAC, é um factor positivo. "Isso tem a ver com a figura jurídica. No Porto a diferença é que não há um interlocutor a meio. A meu ver é uma grande vantagem, porque cria um diálogo mais próximo entre quem define as políticas culturais. É um modelo que funciona muito bem e que eu defendo.”

E a independência programática está assegurada, argumenta: “Foi traçado um programa e vários candidatos concorreram. As linhas gerais do TMP estavam traçadas e o que eu faço no meu dia-a-dia é dar-lhes conteúdos”, esclarece Tiago Guedes. Rui Moreira, o presidente da Câmara Municipal do Porto que acumula, desde a morte de Paulo Cunha e Silva, o pelouro da Cultura, reforça: “Eu não programo, defino políticas. O Tiago é um excelente executivo que interpretou muito bem o que lhe foi pedido por mim e pelo Paulo Cunha e Silva e faz o seu trabalho que é programar. Não interfiro nisso.”

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Formar
A manutenção dos públicos é um dos grandes desafios para qualquer instituição cultural. No caso do Porto, nos últimos anos o público das artes performativas, sobretudo da dança, foi-se atomizando, e notou-se muito o buraco deixado pelo Rivoli de Isabel Alves Costa. Paulo Vasques, director do festival Circular, diz que a “recriação de públicos” – com capacidade crítica – ainda demorará algum tempo, “tanto quanto foi o tempo de não-trabalho”.

Tiago Guedes está a tentar acelerar esse processo com um programa forte e bem estruturado de formação e mediação de públicos, que funciona como uma programação dentro da programação. No Paralelo – Programa de Aproximação Às Artes Performativas, fazem-se, entre outras actividades, projectos de vários meses com jovens e seniores, idas às escolas artísticas do Porto para falar sobre a programação do TMP, conversas entre alunos e artistas que passam pelo teatro. Este ano haverá uma pós-graduação em dança contemporânea, em parceria com o Instituto Politécnico do Porto.

Os resultados vão surgindo. “Passei a ir a espectáculos de teatro e dança com mais regularidade e sinto-me mais exigente e crítica”, confessa Elisabete Charrua, 71 anos, uma das participantes do projecto Sem Legendas, que pôs jovens da Escola Secundária Carolina Michaëlis e seniores da Universidade do Autodidacta e da Terceira Idade do Porto a verem espectáculos no TMP de Abril a Dezembro de 2015, e cuja experiência culminará, em Abril, numa peça co-criada por Joana Providência e Luís Miguel Cerqueira. “Já ia ao Rivoli com a minha mãe antes deste projecto, mas agora percebo melhor aquilo que vejo”, diz a júnior Patrícia Martins, 18 anos.

Mas a captação de públicos também passa muito pela política de bilheteira. E aí o TMP também tem marcado pontos com o Cartão Rivoli Alegre, um cartão de amigo com validade renovável de um ano e que conta até ao momento com 246 assinantes, e a assinatura, mais a curto-prazo, O Rivoli Dança!, com 172 subscritores.

Contágio e concorrência
O TMP tem também contribuído para o robustecer da comunidade artística e para a sua renovação – a precariedade continua ali ao virar da esquina, mas pelo menos abrem-se alguns caminhos e dão-se algumas condições de trabalho. Exemplos: as oportunidades de apresentação dadas a artistas emergentes, através das Bolsas de Criação, que este ano vão ser transformadas num projecto mais sistemático, o Campo de Batalha, e da integração dos Palcos Instáveis na programação regular do teatro, o que possibilitou o aparecimento de novos nomes no circuito. As residências de curta-duração nos dois pólos e as de longa-duração no Teatro Campo Alegre (programa Campo Aberto), e o acolhimento de laboratórios de criação e investigação destinados à comunidade artística, como as The Porto Sessions, idealizadas pela plataforma Mezzanine e que contaram com a estadia alargada de Meg Stuart no Porto. Além das parcerias com festivais de teatro e dança como Circular, FITEI e FIMP.

“Houve um activar do tecido artístico do ponto de vista dos artistas e agentes”, considera Paulo Vasques, que no ano passado contou com o Rivoli (e com a mala voadora) para operar a segunda extensão do Circular ao Porto, a partir da sua cidade natal, Vila do Conde. “O facto de o TMP ser parceiro contagia e promove os projectos, e dá força mediática.”

Este efeito de contágio é salientado pelos activistas do meio, na lógica “dinamismo gera dinamismo”, como referem José Capela e Vânia Rodrigues da mala voadora, companhia que criou uma segunda sede no Porto em finais de 2013 (mantém a que já tinha em Lisboa), antecipando, de certa forma, uma mudança de cenário. “O renascimento do Rivoli veio introduzir dinamismo, mobilizar públicos, promover co-produções, residências e encomendas artísticas, e criar uma rede de articulação institucional que envolve hoje várias entidades da cidade”, diz Cristina Grande, programadora de artes performativas da Fundação de Serralves.

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Sente-se, contudo, um efeito absorvente do TMP, uma certa omnipresença na cidade gerada pelo cruzamento de vários elementos – micro-carreiras, divulgação multiplicadora, expectativa do público, ritmo muito acelerado (com falta de intervalos para respirar), bilhetes baratos, programação interessante e plural, serviço educativo coeso e, claro, o factor novidade.

Há articulação e diálogo entre o TMP e os outros espaços, garantem as partes. Mas podem ser aperfeiçoados. “Estamos a caminhar para essa melhor articulação”, afirma Francisca Carneiro Fernandes, presidente do conselho de administração do TNSJ. “Pode ser aprofundada, sem dúvida, para que os efeitos da concorrência sejam mais positivos do que negativos." Francisca admite que “se notou o impacto no número de público no TNSJ” com a reactivação do Rivoli, mas não foi “catastrófico” e é “concorrência saudável”. “A capacidade cultural da cidade subiu e isso permite formar mais público”, aponta.

Paulo Vasques acredita que no futuro esta articulação será “mais fluída”. “A cidade ainda se está a enquadrar, a testar”. Nesse sentido, os responsáveis da mala voadora dizem que “com o tempo, uma instituição como o Rivoli, cuja missão é próxima da abertura das próprias artes que promove, poderá ir experimentando e afinando a sua abertura, de acordo com aquilo que lhe parecer ser o melhor modelo de sinergia institucional”.

O ritmo está acelerado, mas para Cristina Grande não há o risco de se chegar a um ponto de exaustão. Contudo, é “obrigatória uma reflexão, da parte de quem programa, sobre a distribuição da actividade artística na cidade". E é de facto "necessário pensar em conjunto sobre a realidade cultural que estamos a viver”. Tiago Guedes: “2015 foi um ano festivo, de muita coisa, de muitos artistas a passar. Isto foi também muito exigente para o TMP porque os recursos não são muitos, as equipas são reduzidas”, explica. “Mas 2016 está a ser pensado, efectivamente, para que se crie também esse equilíbrio”. Vai haver “uma ligeira acalmia” e o público “passará a ser mais selectivo”.

Para Francisca Carneiro Fernandes, “menos fácil” é a questão dos preços praticados pelo TMP. Ricardo Alves, da companhia independente Palmilha Dentada, também celebra o renascer do TMP, mas critica a política “muito agressiva de preços baixos, mesmo numa situação de crise”. “O Rivoli até consegue ter preços mais baixos do que nós”, aponta, dizendo que “acaba por fazer uma concorrência desleal”.

Dependendo da sala onde são apresentados e de serem produções internacionais ou nacionais, os espectáculos de teatro e dança do TMP custam 10€, 7,50€ ou 5€, que ainda podem ter descontos de 50% para portadores de Cartão de Amigo ou para Grupos (mínimo dez pessoas), 40% para empresas protocoladas e 30% para menores de 30 anos, maiores de 65, desempregados, estudantes ou portadores de Cartão Jovem. Rui Moreira garante que os preços não vão ser alterados. “O Teatro Municipal pretende tornar os conteúdos culturais acessíveis a todas as classes sociais. Essa é, aliás, uma competência específica a que os municípios estão obrigados. Só assim faz sentido haver um teatro municipal que pratica preços de 7,50€ e 10€, que mesmo assim uma parte da população já tem dificuldade em suportar. Criar um serviço municipal para as elites não tem qualquer interesse.”

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“Coisa diferente é os serviços públicos se articularem nos conteúdos que oferecem”, continua Rui Moreira. “Daí que tenhamos olhado para a cidade e, em face disso, definido que a programação do TMP seria mais orientada para a dança e para as artes performativas com menor expressão nas outras instituições, que praticam, também elas, uma política de preços subsidiados.” Na opinião de Ricardo Alves, “os outros espaços, que têm preços mais realistas, ficam a perder”.

Fazendo um diagnóstico mais alargado, há um segmento que é preciso nutrir no tecido de artes performativas do Porto: um circuito não-institucional, mais underground, fulcral para se criar um contexto global que faça persistir a criação artística em contínuo, descobrir novos artistas e evitar que o circuito se transforme, ele próprio, num espectáculo.

“As salas que existem entre o Rivoli e o Campo Alegre não são suficientes para uma criação continuada de públicos”, analisa Ricardo Alves, notando que é difícil para as companhias independentes captar espectadores com micro-carreiras. Dá o exemplo do espaço A22, em Gaia, que está sobrelotado de criadores e ainda há pouco nasceu. O responsável pela Palmilha Dentada diz que seria “imoral” exigir financiamento à autarquia, mas sugere que esta ajude a “arranjar espaços físicos” para as companhias mais pequenas poderem activar as suas próprias programações. A falta de diversidade de fontes de financiamento em Portugal (de apoios regionais e mecenato, por exemplo) também dificulta a existência saudável de um circuito mais subterrâneo. 

Uma coisa é certa: desde que o Rivoli voltou ao Porto, o panorama das artes performativas – da cidade, do país – já não é o mesmo. E ainda bem. Mas há sempre afinamentos a fazer, melhorias a planear e a exigir. Ajustemos os ritmos, continuemos a festa. 

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