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Três perguntas a Francisca Carneiro Fernandes

A presidente do conselho de administração do Teatro Nacional São João (TNSJ) considera que "o teatro é um lugar privilegiado para ver o mundo e os seus problemas".

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Francisca Carneiro Fernandes fotografada no Teatro Nacional de São João FERNANDO VELUDO/ NFACTOS

Como pode a União de Teatros da Europa (UTE) contribuir para o debate e a consciencialização política dentro do actual contexto europeu?

Todos os projectos artísticos, todas as peças de teatro, todos os espectáculos que a UTE realiza e promove contribuem para o debate e a consciencialização política dos problemas que a Europa enfrenta actualmente. Como já tive oportunidade de citar num livro recém-publicado pelo TNSJ, nas palavras de Jean-Pierre Sarrazac [dramaturgo francês], o teatro é um lugar privilegiado para ver o mundo e os seus problemas. Além disso, a UTE inclui regularmente nos seus projectos inúmeras conferências e mesas-redondas que promovem também, de outro modo, a reflexão e o pensamento à volta das grandes questões europeias e mundiais.

Quais serão os temas abordados nos projectos da UTE em 2017?

Os projectos para 2017 não estão ainda definitivamente assentes e aprovados pelos membros, mas posso adiantar que há três focos de atenção para o próximo ano: as alterações sociais e políticas; a digitalização do mundo; as alterações climáticas e os movimentos de refugiados com elas relacionados.

Como dinamizar a relação desta rede com Portugal? Ter outro membro nacional?

Se tivéssemos uma capacidade financeira superior poderíamos maximizar as vantagens. Nada contra, em termos da UTE, em ter mais do que um membro de cada país, e da parte do TNSJ nada contra também. Tem de ser o próprio teatro a propor-se à UTE, e claro que terá todo o apoio do TNSJ. Não fazemos questão nenhuma em ser o único representante português. Quanto mais representatividade o nosso país tiver, melhor.

 

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