Quatro longas portuguesas em Berlim 2016

Depois de Ivo Ferreira no concurso, Forum anuncia novos filmes de Salomé Lamas e Hugo Vieira da Silva, bem como Rio Corgo, vencedor do DocLisboa.

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Salomé Lamas vai estrear o seu novo trabalho no Foram, fora da competição do Festival Daniel Rocha

É algo de inédito: com o anúncio esta manhã da programação da secção paralela Forum, o Festival de Berlim 2016 – a decorrer de 11 a 21 de Fevereiro irá receber nada menos de quatro longas-metragens portuguesas. Juntando-se a Cartas da Guerra de Ivo M. Ferreira no concurso oficial, o Forum – secção não competitiva – receberá as estreias mundiais de Eldorado XXI, de Salomé Lamas, e Posto Avançado do Progresso, de Hugo Vieira da Silva, bem como a estreia europeia de Rio Corgo, de Maya Kosa e Sérgio da Costa, consagrado melhor filme nacional no DocLisboa 2015. Uma presença tanto mais notável quanto o programa 2016 do Forum inclui os novos trabalhos do chinês Wang Bing (Ta'ang), do israelita Avi Mograbi (Between Fences), do franco-americano Eugène Green (Le fils de Joseph, com Mathieu Amalric) ou do francês Guillaume Nicloux (Dans les bois, com Gérard Depardieu).

Eldorado XXI é a segunda longa-metragem de Salomé Lamas, sucedendo ao aclamado Terra de Ninguém (2012) e foi rodada na comunidade peruana de La Rinconada y Cerro Lunar, a 5500m de altitude. Para a cineasta e artista multimedia, tal como para Hugo Vieira da Silva, é um regresso à secção de Berlim dedicada aos novos caminhos do cinema moderno: Terra de Ninguém tivera estreia internacional no Forum em 2012, enquanto Vieira da Silva mostrara em 2011 nessa secção Swans. Posto Avançado do Progresso é a terceira longa do realizador, após Body Rice (2006) e Swans. A adaptação de uma obra de Joseph Conrad sobre a viagem de dois colonizadores pela África do século XIX, interpretados por Nuno Lopes e Ivo Alexandre, foi rodada em Angola com produção de Paulo Branco.

Se os dois filmes anteriores são estreias mundiais, Rio Corgo, da dupla luso-suíça Maya Kosa e Sérgio da Costa, começará no Forum de Berlim a sua carreira internacional. Misto de documentário e ficção à volta de uma figura verídica de uma aldeia do Douro, a longa-metragem teve estreia mundial em Outubro último no DocLisboa, onde recebeu o prémio de melhor filme nacional, e traz chancela da O Som e a Fúria de Sandro Aguilar e Luís Urbano, produtora que está também por trás de Cartas da Guerra e Eldorado XXI, depois de ter sido responsável pelo anterior filme a concurso em Berlim, Tabu de Miguel Gomes.

2016 desenha-se assim como ano de absoluto luxo para o cinema português no certame alemão, já que a estas quatro longas-metragens juntam-se três curtas-metragens de produção portuguesa. São elas Balada de Um Batráquio de Leonor Teles (estreia mundial na competição oficial de curtas), e em estreia internacional duas das curtas do filme colectivo comissariado pelo IndieLisboa, Freud und Friends de Gabriel Abrantes (competição oficial de curtas) e L'oiseau de la nuit de Marie Losier (Forum Expanded).

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