J.K. Rowling anuncia fim das histórias sobre Potter: “Harry agora acabou”

A peça-livro Harry Potter and the Cursed Child, que reacendeu a Pottermania em todo o mundo, é o último capítulo da personagem, que dará lugar à “geração seguinte”.

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A autora sábado na estreia da peça em Londres Neil Hall/REUTERS

É um domingo Potter mas é também uma espécie de fim: J.K. Rowling, a criadora da personagem que há quase 20 anos reuniu gerações de fãs, anunciou na estreia oficial da peça que marca o oitavo capítulo da história de Harry Potter que esta foi a última obra centrada no feiticeiro. “Harry agora acabou”, disse a escritora em Londres na noite de sábado. Agora, é tempo da “geração seguinte”.

Harry Potter and the Cursed Child marca assim o fim da viagem dos fãs em torno da personagem que viram crescer, nos livros desde 1997 e no cinema desde 2001, até à idade adulta em que agora se revela. Um trintão que trabalha para o Ministério da Magia e cujos três filhos são agora o centro da história – e particular Albus Severus, o protagonista da dupla peça (parte I e parte II) em cena no West End. A peça, um sucesso de bilheteiras e muito elogiada pela crítica, representou um reavivar da Pottermania em muitas cidades pelo mundo, Porto incluído, com a sua edição em livro.

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E, em pleno pico de nova popularidade, o anúncio de que a vida de Harry não será mais um filão a explorar pela máquina J.K. Rowling (a peça é um trabalho de Jack Thorne e John Tiffany em que a escritora colaborou nas linhas mestras da narrativa e uma jóia da coroa actual que encima um império de merchandising e derivações várias, de parques de diversões a pontos turísticos).

Na gala de estreia oficial de Harry Potter and the Cursed Child, em vésperas do aniversário da personagem e da própria escritora, Rowling foi interrogada pela agência Reuters sobre se este seria um recomeçar das histórias. “Não, não”, disse veementemente. “Ele [Harry Potter] tem uma viagem muito grande nestas duas peças e depois, sim, acho que acabámos. Esta é a próxima geração, sabe”, disse sobre os filhos de Potter e Ginny e as suas aventuras no colégio de Hogwarts. “Por isso, estou encantadíssima por ver [essa viagem] realizada de forma tão bela mas não, Harry agora acabou”.

No final da sessão dessa noite da peça, Rowling subiu ao palco para receber uma ovação de pé por parte do público. A peça, o oitavo capítulo do cânone de Potter, agradou à autora original da personagem e seu mundo, considerando que “condizia perfeitamente com o material que tinha sobre a geração seguinte”, disse à Reuters, “e consegui ver que resultaria perfeitamente. Por isso, nunca quis escrever outro romance, mas isto dará algo especial aos fãs”.

Autora dos sete livros que originaram os oito filmes sobre os mesmos, e agora co-autora/consultora da peça que está em cena e nas livrarias, Rowling é uma das mais rentáveis escritoras da actualidade. Até 2013 os seus livros tinham vendido 450 milhões de cópias, valor entretanto já ultrapassado e que será engrossado pelo sucesso da pré-venda e da venda actual da edição – para já só em inglês em Portugal, com cinco mil exemplares postos à venda às 0h deste domingo na Livraria Lello, no Porto – de Harry Potter and the Cursed Child. Até 2013, Harry Potter era sinónimo de série literária mais vendida de sempre.

Além dos contos que se passam no mundo de Potter que foram sendo lançados por Rowling, o universo em causa não se esgotará tão cedo. Aliás, estreia-se em Novembro mais um produto multiplataformas desta fantasia: Fantastic Beasts and Where to Find Them é o filme, cujo guião foi de facto escrito por Rowling e que será também editado em livro, que transporta para Nova Iorque as aventuras desta ficção em que há magia e muggles, ou os “civis” que não comungam desse mundo, em convivência.

Até Dezembro, a peça fica no Palace Theatre em Londres e os produtores esperam que ela possa entrar em digressão.

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